Capítulo 25

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O barulho das sirenes cortou lentamente o silêncio, fazendo Inês acordar. Sentia-se tonta, confusa e com uma dor enorme na cabeça e no braço esquerdo. Abrindo os olhos com dificuldade, foi-se se apercebendo do que estava a acontecer. Ao longe, ouvia uma voz chamá-la. A voz de um homem:

-Menina... Aguente... Vamos tirar-vos daí.

Ora ouvia, ora deixava de ouvir. Os seus olhos fechavam constantemente. Sentia formigueiros por todo o corpo. Dor. Novamente a escuridão e o silêncio reinaram. Quando tornou a abrir os olhos já se encontrava numa cama de hospital. O seu braço estava envolvido por gesso. Às vezes, a sua cabeça era invadida por flashes do que acontecera. O carro despistou-se e deslizou pela encosta abaixo. Sangue, gritos. O carro rodopiou vezes sem conta. Inês sentia que o seu corpo tinha sido atirado da esquerda para a direita, para frente, para trás... Depois disso só silêncio. Lembra-se também de uma voz. Uma voz distorcida na sua cabeça, mas que sabia ser de um homem. Alguém que a chamava, que tentava alcançá-la. Nessa altura, Inês estava de cabeça para baixo. O carro tinha virado e ficado totalmente destruído. E a Sofia?! E a Carolina?! Onde estão?! - Apercebendo-se da realidade, Inês começa a gritar e a tentar levantar-se - Elas estão bem? Alguém me diga onde elas estão. Quero vê-las. Ajudem-me!

Segundos depois, já duas enfermeiras estavam perto de si, tentando acalmá-la.

-Tenha calma menina, está tudo bem. - Dizia uma.

-Precisa ficar deitada e quieta. Está a recuperar de um acidente, não pode levantar-se ainda. - Dizia outra enquanto lhe injetava algo no braço. - Assim vai ficar mais calma. Mais uma horinha e pode ver a sua família e fazer todas as perguntas. Agora descanse.

Inês queria contestar, tentava falar, mas não conseguia emitir nenhum som. Estava a mergulhar num sono profundo, tentava lutar, mas as suas forças estavam a ser-lhe roubadas. As luzes desapareceram, os sons calaram-se.

Umas horas depois, ouve um choro distante e abafado e isso desperta-a. Abre os olhos, forçosamente. É a mãe.

-Mãe... - Tenta dizer, mas apenas soam grunhidos.

-Calma, meu amor. Está tudo bem, não faças esforços!

-Sofia... Carol... - Diz baixo e quase inaudível.

-A tua irmã está bem e a Carolina também. Agora descansa e não penses nisso.

Acaricia a filha durante alguns momentos e, mesmo sem querer, Inês volta a ser envolvida num sono profundo. Talvez por falta de forças, talvez pela pressão dos medicamentos.

-Quando é lhe vais dizer a verdade? - Contesta Carlos.

-Quando ela estiver melhor. Quando tiver alta...Agora ela precisa descansar e recuperar. - Responde Dona Maria Beatriz, enquanto as lágrimas lhe escorrem pelo rosto cansado de uma madrugada passada em branco. - Acho que agora é melhor ligar ao namorado dela. Ela vai gostar de o ver quando acordar, vai lhe dar forças...

São 11 horas da manhã. Dona Maria Beatriz, o marido, os avós de Inês e os pais de Carolina passaram a noite acordados, ora sentados, ora em pé, ora no bar a tomar cafés, ora a porta do hospital a fumar cigarros. Noite difícil. Noite de decisões, principalmente para Sofia. A pequena passou por uma cirurgia complicada que durou horas. Inês e Carolina já acordaram e os ferimentos não são graves. Carol deve ter alta pelas 15 ou 16 horas desse dia e leva para casa apenas pisaduras no braço esquerdo e perna direita. Inês deve sair pelas 22 horas, segundo os médicos, após os resultados de alguns exames e apenas com o braço engessado. Com Sofia não será assim. Ainda não abriu os olhos, e os médicos e família aguardam ansiosos que a criança acorde para perceberem até onde o acidente terá proporções na sua vida. Apenas um milagre pode salvar a pequena da cadeira de rodas. O acidente foi demasiado forte para ela.

Duarte.

-Onde é que ela está? Posso vê-la? - Pergunta desesperado quando chega ao pé da mãe da jovem.

-Calma meu querido, ela está a descansar e os médicos dizem que é melhor não entrar agora para ela não acordar. Ela está bem, está fora de perigo. - Dona Maria Beatriz tenta acalmá-lo. Gabriela chega atrás. - Oh, olá Gabriela.

-Bom dia. Como está a Sofia?

-Ainda não se sabe... Estão a espera que ela acorde para saber. Pode nunca mais andar.

A jovem olhou-a fixamente. Sorriu. - Calma, vai correr bem...

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Ola meus amores! ♡♡♡
Desculpem por esta pausa giganteeeee, andei muito off mesmo. Terminei esta semana uma fase muito importante e complicada e assim já vos posso dedicar mais tempo ^^
Andei sem internet (e ainda estou -.-) o que também dificultou a publicação do capítulo. Mas cá esta ele!

O que me dizeeem? Um acidente... e ao que parece há mais uma complicação... Sofia pode deixar de andar!! Será que o destino vai ser assim tão traiçoeiro? Digam-me o que acham que vai acontecer e o que acharam do capítulo. Não se esqueçam de votar plss ☆☆

E sigam a Inês no Twitter!!! @inesfonseca10

Até ao próximo capítulo!!! ;)

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⏰ Última atualização: Feb 27, 2016 ⏰

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