epilogue

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Já é o último :)

As risadas preenchiam a sala do apartamento de Luke, o ambiente morno com as almofadas de Michael por todos os lados e o pequeno gato preto com os olhos verdes olhando os dois adultos correndo e desviando um do outro.

Michael tinha a vantagem das meias felpudas deslizarem pelo assoalho de madeira polida, e Luke ria a cada vez que ele ia desviar de si e derrapava pela sala tendo que se segurar em algo para não cair. O espaço era pequeno mas eles não se importavam, não agora. O frio que fazia lá fora parecia não afetar os dois, Luke em mais um um dos seus suéteres, e Michael apenas com um moletom cinza cobrindo até metade de suas coxas, moletom que achou no fundo do armário do loiro. Tinha o cheiro de Luke e Michael gostava disso.

Luke esticou a mão no ar para que Michael a pegasse, a música que passou a tocar no rádio antigo de Luke fizera o momento mais calmo, Michael sorriu e estendeu a mão pequena para o loiro que o puxou levemente para perto, o colorido deslizando pelo chão liso e os corpos dos dois estavam mais colados do que nunca agora. Luke ainda mantinha o sorriso no rosto, sem dentes, apenas os lábios repuxados para cima. Michael tinha os cabelos recém pintados de vermelho sobre os olhos por conta de toda a correria, ele achava que estava grande e estava na hora de cortar, mas Luke adorava tirar os fios tingidos do caminho e então ver os grandes olhos verdes o fitando.

Os dedos longos empurraram os fios para o lado, assim podendo ver seu rosto bonito, os olhos estavam fechados e os cílios tocavam as bochechas suavemente. Luke gostava tanto daquele rosto, daquela expressão de paz estampada ali; Algumas noites atrás quando aninhou Michael em seus braços na sala do outro em meio às almofadas, jurou poder fazer um livro grande onde apenas listava todas as coisas que gostava em Michael.

Ambos podiam escutar a música calma. No heart, no hands, no skin, no touch, can get me there, nowhere enough, to love me like you do, to love me like you do. Ambos podiam sentir os arrepios chegando, o estômago se revirando em ansiedade.

As mãos grandes de Luke deslizaram até a cintura de Michael, que sentiu um arrepio bom subir por sua espinha. O loiro encarou mais uma vez o rosto a sua frente, agora os olhos verdes o fitavam docemente, os lábios vermelhos de Michael se repuxam para cima, ele estava feliz, tão feliz quanto Luke que sentia-se sempre assim na presença do mais baixo.

Uma das mãos de Luke subiu e se enroscou no pescoço de Michael, apenas por alguns segundos, até que seu polegar deslizou suavemente sobre os lábios naturalmente avermelhados. No oxygen, can barely breathe, my darkest sin you've raised release, and it's all because of you, all because of you, I don't know what it is, but you've pulled me in.

Sentiu-se extasiado, como todas as vezes que Michael adornava seu dedo com a boca, a língua quente e úmida, os lábios fechados e os dentes raspando suavemente, ele dizia gostar do sabor. Michael deixou um rápido selinho na ponta do dedo alheio antes de levantar os pés para alcançar a boca de Luke. Um beijo calmo e terno, a quem olhasse diria apaixonado e cheio de amor. Agora os corpos moviam-se nas batidas das música que sobressaia as batidas dos dois corações quentes, rápidos e adoráveis causando aos donos sensações estranhas.

Os pingos da chuva que começara agora como se estivessem em um cenário de filme e fosse programada, batiam no telhado, na rua, na varanda, na janela, o barulho delas estalando ao baterem não podia encobrir o barulho sutil do corpo de Michael caindo sobre as almofadas. Nobody's ever loved me to the truth, like you, ooh. Os barulhos dos beijos estalados, deixados pelo corpo menor, os gemidos abafados que morriam na garganta de Luke ao sentir as unhas curtas de Michael correr sobre a pele de suas costas por baixo do suéter, que logo se perdeu em alguma parte do caminho junto com o moletom cinza. Perdidos em algum canto como Luke perdia-se no corpo curvilíneo de Michael, nas coxas fartas; afogados em gemidos involuntários e sensações extraordinárias.

Suspiros vindos de todos os lados, mãos escorregando por toda parte, atrito entre os dois corpos excitados, calor mesmo estando sem blusas ou camisas, completamente nus, completamente inebriados um pelo outro como se fossem drogas. Luke sentiu aquecido quando estava dentro de Michael, e Michael sentiu-se completo, como se fossem peças de quebra-cabeças completavam-se, não apenas em atos como esse, completavam-se em tudo.

Como Michael sempre sabia o que o loiro sempre estava pensando; Ou como Luke abraçava o outro e o fazia sentir-se bem quando percebia que algo estava errado, ou como ele levava Michael até o café em que ele trabalhava, sempre segurando sua mão protetoramente, e sempre estava lá quando o turno de Michael acabava para o abraçar e levar para casa, pois segundo ele era muito frio para Michael ali fora; E Michael sempre estava ali por ele também, sentado na primeira mesa ou cadeira dos bares em que Luke tocava, o primeiro a levantar e aplaudir; Sempre pronto para ouvir as histórias de Luke; Louco para falar com Liz sempre que Luke passava telefone para ele.

Estavam um pouco mais do meio do inverno, fazia frio lá fora, mas dentro do apartamento agora silencioso estava quente. Os corpos aninhados quentes pelo esforço físico e por estarem nos braços um do outro, e os corações aquecidos por amor.

Luke já tinha sua música, Michael era sua música.


Acabou, é isso, eu tinha decidido fazer uma fanfic bem bonitinha sem coisas ruins ou coisas diferentes, sabe meio baunilha, e saiu isso. Eu decidi escrevê-la porque eu sou apaixonada pela música e estava sem fazer nada.
Espero que vocês tenham gostado e não que eu não tenha decepcionado nenhum de vocês.
Beijos e obrigada.

Mie Az.

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