O Saber

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Apesar de sua longa marcha, o homem ainda é apenas um bicho melhorado. Quando se diz que ele é parente do macaco, a maioria reage negativamente. Em uma visão ampla, o que isso quer dizer?

Retomando o que falávamos antes sobre evolução da consciência, dissemos que, no início de seu desenvolvimento físico, ela só consegue constituir o corpo unicelular, mais tarde desenvolvendo o pluricelular. Após bilhões de anos, por força do repetitivo compartilhamento genético, aquele microrganismo chega ao estágio físico macaco e, muito tempo depois, humano, por exemplo. Essa transição, pelo visto necessária e inevitável, se dá como o trocar de roupa, roupa essa cada vez mais aprimorada, construída pela própria consciência através de energias por ela absorvidas. Mas quem só enxerga pela ótica materialista não consegue entender nada disso. Claro que aí entra uma imensa parcela de religiosos.

Por isso, surge a pergunta: "Se é assim, por que ainda existem macacos, se o homem é evolução daquele?"

Esses corpos, seja da bactéria, do vegetal, do macaco, do homem e do que mais esteja fisicamente vivo por aí, evidências apontam ser como caminhos desenvolvidos pelas consciências ao longo de bilhões de anos para todas trilharem. Mas como pode uma barata um dia se transformar em rato, cachorro, macaco, gente? Nós só conseguiremos captar esse fato se entendermos a consciência fora da carcaça de carne e osso. Ou seja, o que sai do cadáver permanece vivo e precisa materializa-se quantas vezes for necessário, percorrendo estágios inumeráveis, por sua vez, em formas corporais diversas.

Então, como podemos descobrir provas de que isso realmente é assim? Visto pelo cunho material, basta estudar Genética, as provas estão lá, no DNA. Assim, vai perceber que essas estruturas corporais se adaptam ao meio ambiente e evoluem saltando de degrau a degrau, apontando sua ancestralidade, suas diversas ramificações e no que se transformarão dependendo do cruzamento. Entenderá também que tudo está lentamente acontecendo ininterruptamente e assim continuará. Na natureza, nada acontece a passo de mágica, como quer e impõe o materialismo religioso.

Como sabemos que a evolução ou adaptação dos corpos físicos é fato, porque não pensar na existência da evolução e permanência do algo além da matéria visível? Discorrer sobre a matéria sem estudar, raciocinar e procurar respostas [sem crendices] sobre o que a anima, jamais se chegará a um entendimento plausível. E quem não consegue entender que somos algo além da comida que comemos, do corpo físico, da carne andante, não conseguirá enxergar nada. E não adianta insistir.

Como a superioridade intelectual humana é colocada frente às demais consciências como ímpar, única, mais elevada, e que o homem não descende do macaco, por exemplo, relacionei aqui as principais características comportamentais de chipanzés para assim compará-las em relação ao comportamento humano. Vejamos se há diferenças:

Afastamento. O líder mantém outro macho afastado do grupo quando percebe neste o poder de desafiar a própria posição;

Alianças. Dois chimpanzés adversários podem unir-se para derrotar um inimigo em comum;

Anticonflitividade. Machos se encarregam de dirimir conflitos quando ficam muito violentos, já as fêmeas são peritas em evitar combates prestes a acontecer e em reaproximar os machos após os confrontos;

Bairrismo. Territórios demarcados são constantemente vigiados, impedindo a entrada de forasteiros;

Bullying. Em períodos de grandes tensões, chimpanzés tornam-se agressivos com o integrante mais frágil do grupo;

Calculismo. As reconciliações entre chimpanzés machos podem ser mal sucedidas, mas nunca são engodos, enquanto fêmeas simulam reconciliações para aproximarem-se das vítimas;

Muralhas da ConsciênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora