Os Deuses Hebreus

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Tomando por base o que corriqueiramente se ouve por aí, sabe-se que a religião induz seus adeptos a crer que mito é coisa das outras. São os deuses dos Gregos, dos Astecas, dos Maias, dos Sumérios, dos Babilônios, dos Egípcios, de outras nações ou religião. Nestes se pode meter o pau, desqualificá-los, pois, como não são mais aceitos por muitos em sua cultura, não há nisso problema algum. "Não existe nada de deus ali, são apenas ídolos!", justificam.

Agora, quer-se enfrentar uma batalha sem precedentes? Diga-se, por exemplo, que os relatos do povo Hebreu também são mitos e que seu deus é cópia de deuses Cananeus [como de fato é], fruto da ignorância daquele tempo. Como a cultura hebraica permanece viva a manipular e hipnotizar mentes, muita gente sequer aceita falar algo que desabone uma só vírgula do que os antigos diziam. E, por isso, são capazes de até desencadearem guerras para sustentar suas crendices, suas intocáveis verdades.

Não por acaso, ao ser confrontado por fatos que possam desmascarar suas crenças, alguns fogem ou reagem como animais acuados, raivosos, com agressividade, inclusive. Se for um texto, um livro como este, elas nem conseguem continuar a leitura. E não são poucas. Para a grande maioria, tudo que vem daquele povo é obra de um deus de verdade, mesmo tendo ali tantas irracionalidades e assombrosas divergências. Enquanto fora disso, tudo é obra do inimigo, o qual eles têm por obrigação combater. Assim, vivem em uma eterna competição para provar a todos a força de seu deus.

Ora, é duro ver na natureza um animal matar o filho do outro para alimentar o seu, e entre humanos, os que sequestram, matam, roubam, fazem guerras sem se preocupar com o sofrimento de seu semelhante. Contudo, duro mesmo é saber que o deus inventado pelos hebreus, que a maior parte da humanidade adotou como sendo algo que merecesse realmente chamar de Deus, foi construído por esses mesmos princípios, inclusive piores, os quais ninguém pode contestar, porque o mesmo pode despertar sua ira e destruir quem o questione.

É o deus que se comprazia com gorduras e carnes de animais queimadas, com fumaça, especialmente para acalmar sua fúria [leia Levítico], além de oferendas incluindo gente enforcada [II Sm 21:6-9] e pedrarias de alto valor comercial, inclusive imagens em ouro de ratos e de hemorroidas [I Sm 6:4-15].

Espero que o amigo leitor saiba o que são hemorroidas e consiga idealizar tais imagens. Esse é apenas um exemplo de eventos comuns relatados em seus livros sagrados. Não sou eu que digo, está no tal livro. E ter quem se ocupe em defender tudo isso como proveniente de alguma consciência superior é muito mais absurdo.

Quem conhece a fundo a história dos hebreus – e conforme relatos bíblicos –, sabe que, durante o período que aquele povo perambulou pelo deserto, sob o comando de Moisés, não havia um deus estabelecido entre eles. O que se encontra explícito nesta suposta história é a peleja desesperada de um homem, amparado por um sacerdote que se tornou seu sogro, para que as tribos ali presentes o adotassem como chefe e aceitassem o deus que ele inventou como único. E, para alcançar seus objetivos iniciais, o caminho que encontrou foi começar a matar muita gente para forçar os demais a aceitá-lo.

Foi por meio de ameaças e vários massacres entre o grupo do então chamado Povo de Israel, iniciados por uma chacina com mais de três mil mortos [Ex 32:26-28] a mando de Moisés, que esse deus começa a tomar forma. Sendo materializado parcialmente na mente daquele povo a partir do momento em que foi construída uma arca para ele habitar.

Com essa arma à mão, depois de matar e roubar muita gente, eles tomam terras e começam a se organizar como nação, constituindo o seu primeiro reinado. De começo organizado exclusivamente para matar e roubar, conforme claramente aponta a bíblia e que veremos mais adiante. Ali, quando um rei não conseguia manter viva a violência e a pilhagem sobre tudo, prontamente era substituído por outro de maior perversidade. Se o rei não fosse capaz de continuar invadindo terras e matando pessoas, o deus [sacerdote] se arrependia e destituía-o do posto. Como exemplo, confira em I Sm 15:7-11.

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