Evolução e Reencarnação

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Quando falamos em evolução das espécies, a maioria das pessoas procura compreendê-la pelo cunho biológico, enxergando apenas a carne que anda, negligenciando o entendimento muito mais importante e útil da evolução da consciência. Enquanto outras jamais admitem tal fato. Essa é a grande massa religiosa que só concebe o homem mitológico, feito de barro e soprado nas ventas por seu deus, um corpo pronto e acabado. O resto é escória.

Vamos esclarecer melhor como se dá a evolução no próximo capítulo. Além dessa temática, outro grande gargalo para os mercadores de deuses é a reencarnação. Melhor dizendo, a multiexistencialidade, a serialidade de existências. Muitos não aceitam isso nem como hipótese, porque, segundo estes, seu deus não disse nem deixou escrito. Frente a fatos tão lógicos, explicitamente óbvios, essa gente continua fossilizada no tempo, tentando manter vivas suas mais retrógadas lendas.

Com base em diversas tradições reencarnacionistas, comumente ouvimos dizer: "O espírito recebe outro corpo", ou ainda: "A pessoa reencarna em outro corpo". Por outro lado, os que não admitem a evolução e a reencarnação, afirmam: "Só se vive uma vez". E estes últimos não aceitam quaisquer ponderações. Só é válido o que eles impõem.

Neste último caso, contudo, concordo plenamente que a vida é única, que não existem várias vidas, porque ninguém morre. Apenas desativa, descarta o corpo físico, a vida não é interrompida, continua, portanto.

O que realmente existe são repetidas materializações, ou, se preferir, reencarnações, pelas quais a consciência exercita-se e aprende cada vez mais. A vida física é apenas uma escola recheada de lições provocadas pela própria consciência, consequência de suas ações, enquanto a "morte" é simplesmente o passaporte a outra dimensão, extrafísica. A morte propriamente dita não existe.

No mundo religioso, em sua maioria, a consciência ou espírito é tido como uma das partes integrantes da pessoa, um acessório, e não ela em si. Essa maioria, por imposição e não por conhecimento, garante que o indivíduo é formado por corpo, alma e espírito, indo cada um, após a morte, para destinos diferentes. Chamam isso de tricotomia, definindo que o corpo volta para terra, porque veio da terra; a alma vai esperar o julgamento; enquanto o espírito volta para o que chamam de deus.

Essa ideia rudimentar deixa bem claro que a alma é mais uma das "belas" invenções da religião para forçar o homem a acreditar e a adorar seus deuses; para que só assim, pela adulação, no mundo espiritual, se obtenha o direito de retomar a sua ossada, que ficou enterrada, unindo-se ao espírito, alcance a "ressurreição" para ser julgado e receba a "glória" para viver eternamente em um paraíso ou que seja descartado para sofrer eternamente no que chamam de inferno. Seria a alma, portanto, a peça negociável, disputada por deuses e demônios. Enquanto, na realidade, a consciência é indivisível. O que ela descarta é porque naquele momento não lhe serve mais!

No meio dessa confusão toda, é comum também algumas pessoas acharem que seu corpo físico é ela própria, ou que este foi fabricado por alguém ou um deus para habitar a sua alma. Isso nada mais é que materialismo ao extremo, a mais pura ignorância imposta e cultivada pela religião. Enquanto outras que nada querem entender, apenas provocar, perguntam: "Quando você reencarnar vai vir como um rato ou uma barata?" Vamos esclarecer.

Como comprovar que a consciência realmente materializa-se [se preferir, encarna] repetidas vezes sem recorrer ao cunho do achismo místico de crendices? Primeiramente raciocinando, sem o impedimento religioso; segundo, como já disse, é perceber que a consciência existe independente da matéria e ela só a usa para corporificar-se aqui e evoluir. E, por fim, entender como ela forma o seu corpo físico é a chave para comprovar essa realidade.

Isso porque o corpo é formado exclusivamente por sua própria vontade, ao ingerir energia [alimento], retendo-a, acumulando-a durante sua estadia em dimensões físicas. Ou seja, o corpo físico é o que a gente come. Mas este não é a consciência, como esta também não é mera reprodução material, humana ou animal. Isto é, a consciência não surge através ou no momento da relação sexual, como muitos acham e impõem. Estudos apontam que ela já existe a incontáveis milhões de anos [micro-organismos, insetos, animais] ou a bilhões de anos [animais, humanos].

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