o pesadelo na porta do lado

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Karina on:

Eu estava no trabalho a atender clientes normalmente quando apareceu na lista dos pacientes o nome ''Marta Angélico'', por momentos o nome parecia-me familiar e deu-me um pequeno arrepio de mau pressentimento mas não liguei e simplesmente chamei pelo nome na recepção:

''Marta Angélico ao gabinete 7''-esperei um tempo e ouvi baterem na porta.-''pode entrar''.-disse ainda com a cara nos papeis.-''então o que temos aqui...''-olhei para um gato laranja em cima do meu balcão e olhei para a mulher e nem queria acreditar, fiquei tão chocada que nem conseguia processar as palavras certas,ela reparou e dando um sorriso maléfico disse.

''olha quem é ela, se não é a Karina rouba namorados''-disse a Marta, sim ela mesmo, lembram-se da Marta? A rapariga convencida da minha antiga turma com o Diogo e a Ana? Sim ela esta aqui a minha frente,no meu trabalho na mesma cidade que nós.-''que foi? O Sebastian comeu-te a língua?''-ela diz rindo e se referindo ao seu gato.

''bem, o quê que ele tem?''-pergunto fingindo que nada disto aconteceu e ela decidiu seguir o rumo da conversa. No fim da consulta ela coloca o gato na transportadora e vai até a porta, pára nela e vira-se para mim.

''Sabes? Mudei-me para cá a pouco tempo e gostava de saber se o nome «Rua Dos Santos, prédio número 131 e 1º andar frente» te diz alguma coisa''-eu estava completamente calma até ela dizer aquilo. Se ela está a dizer aquela morada com tanta certeza e porque conhece o sítio, aquele é o andar onde eu, o Diogo e o Kadio vivemos, e logo a direita é a casa da Ana, do Matheus e da Sana.

''o quê que tem se eu souber alguma coisa sobre essa morada?''-digo tentando não mostrar a minha reação de pânico.

''é que sabes como não havia mais apartamentos livres nos outros andares decidi ir para o 1º esquerdo, já que o direito e o da frente estão ocupados...bem, que tenhas um bom trabalho Karina, até depois, talvez a gente se veja na entrada do NOSSO prédio''-ela diz e sai calmamente do meu gabinete fechando a porta atrás dela.

''não pode ser....TUDO menos esse monstro de volta...''-digo para mim mesma e deixo uma pequena lágrima de pânico e dor cair do olho.

Sei que o que aconteceu entre mim, o Diogo e a Marta foi a mais de 17 anos mas ainda não superei o facto de ela quase me ter feito perder o amor da minha vida e ainda estou com a ideia de que aquela história de os dois terem ido para a cama tenha sido real e que ela pudesse estar mesmo grávida mas não sei porque não época a sua «gravidez» não tinha anjo da guarda, agora ela está aqui, a morar no mesmo prédio que nós e provalvelmente a planear alguma coisa e juro que o meu sexto sentido de mãe me esta a alertar de alguma coisa má.

Kadio on:

Ainda estava a tentar conter as minhas asas, a Sana estava ao meu lado a pensar no que podiamos fazer mas acho que nada as ia impedir de se libertarem:

''Kadio estás bem?''-pergunta-me ela com cara de pânico, as dores são tantas por estar a conter as asas que já nem me aguento de pé.

''não...''-digo num suspiro de dor, aquilo realmente está a doer e é como se me estivessem a espetar uma faca nas costa milhares de vezes.

''acho que é melhor tu soltares as asas, ainda pode acontecer alguma coisa''-ela diz e eu olho para ela, já estava tão cansado e com tantas dores que já nem me importava se alguém visse só queria acabar com aquilo.

''ok...''-ela ajuda-me a tirar a camisola e nesse momento as asas saiem disparadas das minhas costas e um alívio enorme vem juntamente com isso, sentia-me tão bem por ter soltado as asas que nem reparei que elas estavam maiores e mais brilhantes do que a primeira e segunda vem que estas se libertaram.

''olha lá! não queremos ser apanhados!''-a Sana diz a tentar cobrir a luz das minhas asas com a minha camisola, passado um tempo elas pararam de brilhar e voltei a conseguir recolhe-las, saimos dos arbustos e verificamos se ninguém tinha visto.-''acho que estamos safos''

''ainda me doem as costas''-digo e ela vira-se para mim.

''vamos vou levar-te a enfermaria''-ela coloca o meu braço a volta dos ombros dela e ajuda-me a não esforçar as costas até a enfermaria, por um momento senti-me observado e olhei para o topo de um dos pavilhões dos andares de cima mas não vi nada.-''que foi?''-ela pergunta olhando par ao mesmo sitio que eu.

''não é nada vamos''.-digo e continuamos caminho.

Luana on:

Eu estava num descampado na parte mais alta da escola e mais afastada dos pavilhões a caminhar quando do nada senti o cheio de asas de anjo do outro lado da escola, a minha ideia era ir a voar até lá mas lembrei-me do que a mãe e o pai me disseram «nada de mágica porque senão alguém pode ver» ou alguma coisa assim e por isso fui a correr até ao local do cheiro, mas quando cheguei lá apenas vi a Sana com aquele rapaz do outro dia e de hoje, ele parecia que se tinha magoado e por isso ela estava a ajuda-lo, ele pareceu estranhar alguma coisa e olhou para onde eu estava mas rapidamente me escondi atrás de um pilar que segura as coberturas do pavilhão e segundos depois vi-os a irem-se embora.

''muito estranho...''-tentei seguir o rasto do cheiro das asas de anjo e foram dar aos arbusto e neles encontrei uma pena branca que era bem maior do que o normal, era quase do tamanho do meu ante-braço, passado uns segundos ela desapareceu e eu sai dos arbustos.-''será que ele ou ela...''-os meus pensamentos foram interrompidos pela campainha a tocar.-''penso nisso depois''-digo e vou para o meu pavilhão, mas não vou deixar de lado a hipotese de um deles ser um anjo, só não sei se é um deles que eu procuro.

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Desculpem a demora, 3 trabalhos, 3 testes e 1 relatório para a escola e uma mãe que te tira o computador não é facil escrever, espero que tenham gostado deste capitulo,e vou tentar escrever mais esta semana para vocês, beijos filipa :*

Filho de uma ex-anjo da GuardaOnde histórias criam vida. Descubra agora