V ✅

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— Eles estão fazendo o que podem.

A voz de Alex soou pela cozinha.

Nayla organizava os pratos na mesa, desde que chegará naquela tarde Mary se mantinha calada.

Quando o telefone tocou, na manhã daquele mesmo dia, avisando sobre o desaparecimento do garoto Parker, ela previu que sua filha não reagiria tão bem. Como mãe Mary gostaria de saber as palavras exatas que libertariam sua filha daquele sofrimento. 

Mas essas palavras não existiam.

Então ela preferiu permanecer calada.

Alex, porém parecia não compartilhar da mesma sensibilidade que sua mãe.

— Do que você está falando?

Nayla perguntou se virando para encarar seu irmão escorado no batente da porta. Nayla o observou retirou uma mecha de seu cabelo comprido, escondeu atrás da orelha e cruzou os braços. Ele parecia relaxado. Seus olhos refletiam calma e segurança. 

A visão de Alex tão tranquilo fez com que o estômago da garota revira-se.

— Steve. —Ele respondeu com um tom quase arrogante como se estivesse respondendo a uma criança o óbvio.—  Eles estão fazendo tudo que podem.

Sem perceber Nayla deixou que o prato, que segurava, fugir da sua mão.

Antes que a porcelana atingisse o chão se partindo em milhares de pedaços seu irmão o apanhou, graças aos reflexos sobrenaturais e o devolveu a garota.

Nayla, colocou o prato novamente sobre a mesa. Respirando fundo ela voltou-se para o irmão.

— Bem, parece que 'tudo o que podem' não é o suficiente.

Seu tom era ácido. Mas quem a culparia? Um coração partido, pode facilmente se tornar amargo.

Sem mais nenhuma palavra Nayla deitou o último par de talheres sobre a mesa e sem aviso prévio virou as costas deixando a cozinha em direção ao seu quarto.

Nayla não deu atenção a porta da frente que se abria e nem mesmo a silhueta familiar que se aproximava.

— O que aconteceu com ela?

A voz grave de Derek soou pelo corredor. Alex colocou o rosto para fora da cozinha encarando os olhos escuros de seu Beta. Derek parecia tenso, ele podia ver uma veia saltando de seu pescoço.

— Ela descobriu sobre Steve.

Derek respirou fundo.

— Oh! Nesse caso eu acho melhor eu ir falar com ela.

Alex assentiu e ele subiu as escadas atrás da garota.

...

Nayla estava sentada escorando na porta fechada de seu quarto. Abraçando as pernas ela apoiava o queixo contra o joelho. Derek sentou ao seu lado.

— Honiahaka? Esta tudo bem?

O tom de Derek era carregado de preocupação.

Nayla ergueu o rosto para encarar seu amigo, e foi quando Derek notou os seus olhos molhados.

— Steve desapareceu.

Derek assentiu, mesmo não sendo uma pergunta ele se sentiu obrigado a responder.

— Eu vi os cartazes hoje de manhã. Eu sinto muito.

Ele realmente sentia muito. Não que Derek se importasse muito com o rapaz. Steve era um humano qualquer, eles nunca haviam passado muito tempo juntos, para ser sincero Derek só o conhecia de curtos cumprimentos nas poucas ocasiões que eles cruzaram caminhos pela cidade. Não era como se ele realmente fizesse alguma falta para o rapaz. Mas ele era importante para Nayla e para Derek aquilo era suficiente para lamentar o sumiço do menino. 

O PredadorOnde histórias criam vida. Descubra agora