45. Eu aguentarei a dor me dê a verdade

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  Caminhei relutante até a mesa rodeada por diversas cadeiras no total eram oito cadeiras, a mesa era enorme com detalhes rústicos, bastante retrô inclusive as cadeiras que eram muito grandes e por mais incrível que pareça eram confortáveis, sim cadeiras velhas, bem cuidadas e acima de tudo reconfortantes.

  Jonathan estava sentado á mesa, sempre achei muito estranho, ele sempre ficava sentado me vendo comer como se eu fosse uma alienígena, eu não ousava fazer objeções, mas aquilo era esquisito, talvez ele tenha se esquecido como é ser humano, como é comer de verdade e não se alimentar de sangue a toda hora e a qualquer custo. Ele apenas me observa com olhares ás vezes curiosos, enraivecidos e eventualmente com expressão séria, não sei o que se passa na cabeça dele, não sei quem cozinha aquela comida que como em toda refeição naquela casa, mas de umas coisas eu sei: moro com um assassino, já fui apaixonada por ele, provavelmente estou em perigo e a questão mais importante que não descobri "Será que eu sabia que ele era um assassino quando me apaixonei?"

  - Nossa! - Disse o Jonathan logo suspirando, a voz era como se estivesse deslumbrado, mas com o que?

  - O que foi? - Eu manti a calma, afinal não teria como ele saber que fui até aquele quarto secreto pela tarde, ninguém me viu por lá, tenho certeza.

  - Você está linda.

  - E eu nunca estive bonita antes? - Perguntei com um olhar questionador, um olhar que já vira em filmes, um olhar que para mim apenas uma pessoa tinha capacidade para fazer: Lily Collins, sim, ela sempre foi minha atriz favorita e...

  Meus pensamentos foram cortados precisamente pela risada de Jonathan, era uma gargalhada verdadeira, não identifiquei um pingo de falsidade, talvez eu esteja certa afinal de contas, acho que ele deve ser um bom "ator", ele mente bem, ou aquela risadinha foi autentica?

  - Não, é que eu sempre lhe via com calça, você nunca havia usado um vestido na minha presença antes e você fica linda assim.  - Ele não parecia mentir, mas algo me dizia para não confiar em nada do que dissese, como se ele já ouvesse me enganado antes, no entanto eu não lembro de isso ter acontecido anteriormente comigo.

  - Sério? Não sabia, mas aquele armário só tem vestidos.

  - É verdade. - Ele parecia querer acabar logo com a conversa, parecia profundamente ansioso, talvez fosse estrese, onde ele quer chegar com a conversa? - Então Annie, por que não se senta e come enquanto te mantenho informada sobre aquele vampiro...o Dave.

  Meu coração disparou acelerado não pude controlar, sentei-me rapidamente na cadeira em frente ao Jonathan, mantive a calma, mas não durou muito, pois quando engoli o primeiro pedaço de legume naquela canja que me foi servida uma  ansiosidade avassaladora me absorveu, tomou conta de meu corpo fazendo com que raiva fervilhasse em minha próprias veias, era algo surreal, algo que não me lembro de ter sentido antes, porém algo me dizia que sim.

Vermelho Cor de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora