59. Para Onde Nós Fomos?

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Eles corriam muito rápido, rápido demais de uma forma que eu mal conseguia acompanha-los, pensei diversas vezes que caso eu ficasse para trás eles não perceberiam e eu acabaria morta, já nem me sinto a mesma pessoa sem minhas perguntas sendo respondidas a todo momento, eu tentava evitar ao máximo que minha curiosidade reinasse sobre minha mente confusa a todo instante, o que será de mim se tudo continuar desta forma para sempre?

  Eu preciso voltar, mas não quero voltar para as os abraços calorosos e beijos intensos do Dave e muito menos para as garras do Jonathan, eu preciso dar um tempo a este mundo sobrenatural em que acabei me metendo, preciso salvar aquelas moribundas pessoas presas na casa do Jonatan, preciso descobrir quem são essas pessoas com quem me encontro agora neste lugar esquisito, preciso destruir aquele antigo manicômio habitado por vampiros decadentes que sonham em ver a luz da lua mais um vez e ainda preciso reencontrar meus pais, eles devem estar loucos a minha procura e eu havia até esquecido deles, imersa neste mundo misterioso sem orientação e cheia de perguntas incessantes que fluem muito em minha mente é de enlouquecer me.

  Mais a frente eu enxergava mais um longo corredor á direita, era o único caminho que poderíamos percorrer, não havia como despistar seja lá o que estivesse atrás de nós e isso me fez suspirar alto sem mais esperanças, até que o garoto pareceu perceber que eu já não aguentava mais continuar com aquilo pelo seu olhar com as sobrancelhas arqueadas na minha direção  eu pude ver que ele não me deixaria para trás. Ele me pegou pela mão e paramos defronte á parede onde o corredor acabava. Por que não fomos á direita? Eles estão desistindo? Vamos morrer? Este é o meu fim?

  Encarei-os confusa demais, não sabia o que fazer, eu me sentia sem rumo algum, mas quando eu já pensara que teríamos de enfrentar aquela coisa que vinha em nossa direção, a garota de olhos âmbar com sua espada cortou-se, um corte não muito profundo em sua mão esquerda e o sangue escarlate intenso pingava entre seus dedos, logo em seguida ela arrastou a mão sobre a parede sujando-a com seu sangue que pareceu ativar a porta de alguma forma fazendo-a mover-se para a esquerda.

  Ela entrou e o garoto de cabelos azuis passou logo depois ainda segurando minha mão me fazendo segui-lo. E naquele momento eu pude ver finalmente o que nos seguia, eu pensei que fosse alguma espécie de monstro gigante e barulhento, no entanto eram vários esqueletos que pareciam realmente vivos empunhando escudos, espadas e variados tipos de armas que eu não soube identificar, eles emanavam uma fumaça verde e reproduziam barulhos estridentes e altos que eu não aguentava  mais.

  A parede começou lentamente a voltar para seu lugar e quando faltavam só poucos centímetros dela para se fechar um desses esqueletos sombrios colocou sua espada naquele espaço restante, impedindo-a de se fechar, mas não por muito tempo, pois sua espada inexplicavelmente virou pequenos brilhos verdes ofuscantes junto a uma pequena quantidade de fumaça esverdeada que pairava até sumir como gelo seco, só que essa fumaça tinha um cheiro de putrefação facilmente sentido que era agonizante.

  Quando a passagem se fechou por completa pude ver que o ambiente em que nos encontrávamos era justamente uma rua comum, onde carros passavam e a vida humana fluía normalmente. Olhei ao redor admirada, sem conseguir imaginar como aquela passagem pela parede nos fez vir até uma rua normal de um bairro normal, se é que bairros normais realmente existem, tudo agora parece ter um pouco do sobrenatural envolvido de alguma maneira magnifica e mágica.

  E justamente nesse momento a passagem já fechada sumiu em pleno ar deixando para trás apenas mais fumaça esverdeada que sumia lentamente, eu me afastei daquela névoa esquisita com medo de ter contato com aquela coisa desconhecida e acabar virando um daqueles esqueletos bizarros ou acabar sumindo também.

  Todos passavam a nossa volta sem nos notar, como se nem estivéssemos ali e nem ao menos existíssemos. Afinal de contas para onde nós fomos?

Vermelho Cor de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora