Vermelho Cor de Sangue

53. Fria Como Pedra

  "o beijei de volta sem pensar e quando ele menos esperava enquanto nos beijávamos profundamente eu saquei a faca que ainda estava comigo e dessa vez eu a coloquei onde sabia que encontraria seu coração, enfiei a faca em seu coração sem hesitar, apenas o fiz sã de que aquilo o mataria".

  Eu mudara, isso é fato, agora estou fria como pedra, não sou mais aquela garotinha otimista com um coração bondoso e enorme com olhos brilhantes revelando uma profunda ingenuidade. Sempre fora o pior de meus pesadelos mudar, não simplesmente mudar, mudar meu psicológico de modo que eu mal me reconheça, acho que as tragédias nos deixam mais fortes, sou uma guerreira, sobrevivi ao manicômio, isso faz parte, afinal todos que visitam manicômios perdem parte de sua sanidade, talvez eu esteja apenas delirando afinal, mas ainda assim acredito que aquele tempo no manicômio tenha me feito uma louca desprezível por ter um coração de pedra, virei uma pessoa fria.

  Não temo mais a morte, não reflito sobre isso como alguém que irá se suicidar, apenas não tenho medo de morrer e quando a minha hora chegar eu entenderei, serei compreensiva, não tenho repulsa alguma em ver corpos destroçados, putrefação e carnificina, sou destemida e os obstáculos dos quais enfrentei me fizeram mais forte, me fizeram uma nova Annie.

  Pensei nisso enquanto via o sangue escarlate do Dave por toda parte, ele estava sangrando incessantemente e não pude evitar e soltei um riso singelo, no entanto por mais singelo que fosse ainda era um riso de vitória, finalmente eu ganhara. Imaginei conseguir ver a vida se esvaindo do corpo moribundo dele, mas vi que todo aquele sangue nem parecia ser dele, porque o corte profundo foi minimizando e se fechando aos poucos.

  Ele estava se regenerando, talvez tenha sido por isso que ele sobreviveu a primeira facada que eu dera, ele deveria ter morrido por hemorragia, provavelmente a regeneração desta forma seja mais um dos atributos que os vampiros têm, ele tem muita sorte!

-Annie eu não te reconheço mais! - Ele falou com uma voz falha, muito fraca e ele parecia exausto como se não descansasse a semanas, por um instante pensei em desistir de tirar a vida dele, isto passou pela minha cabeça ligeiramente, mas a razão logo me fez voltar a realidade, ele continuou -Por que esta obsessão em querer me matar? Conte-me finalmente o que eu te fiz.

  Não consegui mais me conter e pulei sobre ele que estava no chão apoiado pelos cotovelos quase desabando de cansaço. Segurei confiante o objeto pontiagudo sentindo-o claramente entre meus dedos e imaginei: "Qual o problema em ser confiante?".

  Posicionei a faça em seu coração novamente, mas desta vez eu estava intencionada a transforma-lo em picadinho, deixá-lo destroçado por completo.

  Foi como dar um bastão de beisebol a uma criança e deixá-la destroçar uma piñata até quebra-la por inteira, a cena seria a mesma só que com uma pinhata inquebrável e uma criança desesperada e em prantos, com mais sangue e menos doces, menos esperança e mais desespero.

  Me senti ridícula por um momento, até que ele cortou severamente meus pensamentos e delírios:

  -Annie por que você ainda tenta me matar se eu não lhe fiz mal algum? O que você quer descontar em mim? - Ele disse entre engasgos, pois sangue jorrava sem parar de seu abdômen fazendo com que sua boca se enchesse de mais sangue ainda, era terrível, mas incrível -Aonde você quer chegar com tudo isso?

  Olhei para ele perplexa, nem eu sabia ao certo porque estava fazendo aquilo, porque estava agindo daquela maneira e porque eu não conseguia evitar, eu não tinha capacidade de parar, simplesmente agi por impulso? Não, eu não estava com raiva do Dave, eu não deveria machuca-lo desta forma, mas porque ainda continuava? 

  Consegui finalmente parar de fazer cortes nele com aquela faca, me senti estúpida, afinal era uma simples faca de cozinha!

  Lágrimas involuntárias começaram a surgir sem cessar e não aguentei mais segurar o choro, comecei a chorar descontroladamente sem entender a situação em que cheguei, eu estava inconsolável.

  Mas Dave me envolveu em seus braços, mesmo após eu ter acabado de esfaquia-lo compulsivente várias vezes sem razão aparente, em um abraço reconfortante e sangrento, até que não foi tão ruim, ele acariciou levemente meus cabelos com suas mãos cobertas de seu próprio sangue, nós estávamos muito próximos, não havia distância alguma nos separando, estávamos envolvidos demais, simplesmente fechei os olhos e me permiti relaxar nos braços dele, me senti segura e ao mesmo tempo algo que eu não soube explicar, era desesperador, mas parecia esperança de alguma forma, um sentimento que nunca senti antes, era inspirador e feliz, diria até que ainda melhor do que o próprio amor em si.

  Era algo completamente novo, uma nova sensação, um novo sentimento, um novo momento.

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Nossa faz muito tempo que eu não coloco mais estas "mensagens" nos finais dos capítulos (risos)!!!
  Este capítulo foi feito em minha semana de prova no meio da madrugada em uma terça-feira, praticamente para que vocês possam aproveitar mais antes que eu fique ainda mais sem tempo de escrever (o que eu não vou deixar que aconteça de forma alguma!) kkkk. "É BRINCADEIRA kkkkk"(não falei sério!).
  Enfim...coloquei uma música que AMOOOO MUITOOO chamada "Stone Cold" da Demi Lovato (amo ela!) este videoclipe foi lançado a pouquíssimo tempo!!! Kkkk
  Quando eu escuto esta música, ela me leva a momentos em que meu coração precisa ser curado, para mim é uma música muito inspiradora e é uma de minhas favoritas, espero que ela também consiga levá-los para estes momentos em que seus corações precisam ser reparados.
  Adoro o clipe, acho que não poderia ser melhor de forma alguma, então espero que gostem bastante e...TCHAU!!!
  Bjs!
  E fiquem com os Vampiros!!!(risos)
  :P