50. O Obstáculo Final?

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"Havia um corredor que dava para uma sala ampla, muito grande, com móveis, antes de entrar escutei passos em minha direção, então abri imediatamente a porta derrubando quem estivesse do outro lado, ouvi insultos vindos de uma voz que eu conhecia muito bem, Dave."

Ele se pôs de pé agilmente, uma rapidez tão habilidosa que me assustei momentaneamente, mas não poderia me abalar com seus movimentos ágeis, afinal eu ainda pretendia mata-lo aquilo não era um circo e eu não ficaria assistindo a tudo emocionada, eu preciso acabar logo com aquilo tudo de uma vez por todas definitivamente.

-Annie? É você mesma? - Ele disse aquilo de modo que me fez questionar se realmente aquelas lembranças eram falsas, mas eu não poderia ama-lo, jamais - Acho que estou ficando maluco, fale alguma coisa. Sabe, eu venho sonhado tanto com você, sempre desejei te reencontrar, Annie, e venho lhe procurando a muito tempo, tanto tempo que comecei a pensar que o Jonathan a matara, mas nunca perdi as esperanças. E agora você está aqui!

Ele baixou a cabeça parecendo cansado e esperando alguma resposta minha, mas eu apenas consegui dizer uma coisa:

- Seu mentiroso desgraçado.

- Annie? Como pode dizer isso depois de tudo que passamos juntos? - Ele agora estava confuso, mas por que?

- Seu psicopata! - Não conseguia parar de xinga-lo, ele merecia uma morte lenta e dolorosa, mas eu não me deixaria chegar a esse ponto, seria muita maldade minha.

- Você descarta muito fácil o nosso amor.

- Amor? Então é isso o que os psicopatas dizem quando se referem ao amor!

- Annie o que aconteceu? O que eu te fiz?

- O que você me fez? - Retruquei quase não conseguindo mais me controlar perto dele, eu precisava agir e rápido - Como você tem a audácia de perguntar algo assim?

Ele se aproximou de mim e me envolveu em seus braços, foram movimentos extremamente rápidos que mal consegui acompanhar com o olhar e quando percebi ele já estava me abraçando com seus braços envolta de meu corpo e uma de suas mãos em minha cintura.

Por que ele fizera aquilo? No meio do abraço saquei a faca que eu havia pego escondida na cozinha da casa do próprio Jonathan que em uma hora dessas deve estar com uma equipe de busca a me procurar incessantemente, lentamente tirei a arma do enorme bolço da calça que eu utilizava, nunca soube usar muito bem a faca como arma, mas essa impulsividade foi mais forte que eu.

A adrenalina já percorria todo o meu corpo e enquanto ele me abraçava o esfaqueei, com uma facada certeira em seu abdômen, pois ele não poderia fugir a tempo caso percebesse, foi tão bem posicionada a faca que me senti orgulhosa de mim mesma pela primeira vez em muito tempo.

Puxei a faca de volta com muita força causando muito mais estrago em seu abdômen, já que de forma alguma conseguiria retirar a faca com delicadeza, mas sim com agilidade, a puxei em minha direção rapidamente e com um sorriso estampado em meu rosto disse quase satisfeita e destemida:

- Foi bem pior do que isso que me senti quando você me empurrou daquela escadaria! Quero que sangre até a morte, seu maldito.

Ele pôs a mão direita encima do corte que eu fizera que dele esborrava sangue, muito sangue, um sangue escarlate intenso e convidativo, com a outra mão ele tocou levemente meu rosto me proporcionando uma agonia insuportável, não gosto que psicopatas me acariciem o rosto.

- Annie? Por que fizestes isso? - Uma lágrima solitária escapou de seu olho direito me levando a loucura total, ele parecia inocente e completamente desorientado, ele era o idiota maluco que me fizera sofrer tanto, então por que eu me sentia tão culpada daquela forma? Aquele sentimento de culpa era bastante desagradável, mas não conseguia evitar.

Em poucos instantes o chão ficou repleto de vermelho cor de sangue, um vermelho púrpura vivo e elegante que é de se deslumbrar, a coloração parecia ter vida própria, era quase de cor fúcsia, era esplendida como uma obra de arte, com toda aquela cor eufórica que antes era apenas um quadro branco, uma porta para qualquer coisa, recheado de pureza, uma entrada para a criatividade com um começo encantador, uma obra de arte sanguinária, uma obra com essência de vampiro, digna de sucesso.

E seu rosto encantador e questionador ficou em minha mente, ele parecia sem chão assim como eu ficara um dia e que em minhas lembranças falhas ele me ajudou, me pôs novamente nos eixos, mas afinal quem era esse Dave? Não era apenas um "jovem" vampiro com aparecia graciosa, com feições angelicais, olhos mortais que pareciam vindos do próprio inferno e cabelos castanhos magníficos, cabelos claros e intensos do tipo que fica em sua cabeça por muito tempo. Quem foi o Dave no passado?

Vermelho Cor de SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora