Espero que não esteja lendo isso no banheiro

365 Dias

Hoje Nicolas e Hannah fazem aniversário! Não que alguém além deles comemore um ano de amizade, mas quem sou eu para julgar. Eu comemoro aniversários de personagens fictícios. Aliás, fica registrado meu parabéns adiantado para o quarto erro*, ainda super shippo ele com a narradora. Sempre amei os canalhas. Como eu sei o aniversário dele? Eu também sou uma narradora! Tenho informação privilegiada.

Mas voltando ao que importa (porque ninguém liga se essa pobre alma aqui também sofre de desilusões literárias), eles irão comemorar esse aniversário adotando um cachorrinho! Faz anos que ambos pensam nisso, mas nunca tiveram a coragem. É muita responsabilidade, eu me canso só de ver!

― Olha essa Banana! Você é esperta? Sim você é sim... ― Nicolas fala enquanto acaricia uma linda vira-lata de porte médio.

― Primeiro, pare de me chamar assim. Segundo, pare de falar assim. Terceiro, você tem certeza que essa é uma boa ideia? Nós vivemos há quilômetros de distância. ― eles sempre precisam atravessar a cidade para se encontrarem.

― É uma excelente ideia. Você fica mais na minha casa que no seu apartamento. Eu sei que vai dar tudo certo. E olha bem pra ela! ― geralmente Hannah acaba passando a noite na casa Nick por ficar mais perto da de Alice e Gustavo. Nunca aconteceu nada, para meu desgosto.

― Esse pelo branquinho é mesmo uma gracinha. ― Hannah acaba cedendo e começa a brincar com a cachorrinha também.

― E ela não é pequena, mas não é gigante. É perfeita. Está vendo, ela gosta de você. ― Nicolas fala observando a cena incomum de Hannah sorrindo tão abertamente.

― Tudo bem. Vamos leva-la para casa. ― a garota responde já pegando a cadelinha no colo.

― Ei, ela pode se chamar Banana! ― Nicolas fala como se fosse a ideia mais brilhante do universo.

― Nicolas Gomes Duviver, nossa cachorrinha não vai ter um nome idiota. ― ela parou de sorrir agora. Está lançando aquele olhar com o qual ninguém tem coragem de discordar.

― Claro, porque Bolachinha é ótimo. ― Nicolas ignora os olhos mortíferos e pega a cachorrinha de Hannah.

― Eu gosto. Combina com ela. ― ela fala isso com uma expressão cômica entre a raiva e o ataque de fofura ao ver o animalzinho se acomodar no colo do rapaz.

― Não combina não. Pensa bem Hannah, eu deixo você ter a palavra final, mas tem que ser melhor que Banana. ― Nicolas acaba dando tudo que Hannah quer no fim das contas.

― Realmente não entendo essa fixação com esse apelido idiota. Só podia ser coisa do Gustavo. ― Hannah fala enquanto eles caminham pelo canil.

― Nossa, não fala assim! O Gustavo foi um gênio. Esse é o melhor apelido. ― os dois já estão superamigos agora.

― Agora você vai defendê-lo? E de onde esse apelido clichê é coisa de gênio? ― lá vem o mal humor da nossa protagonista.

― Você está com ciúmes senhorita Lins? ― Nicolas acha a coisa mais engraçada do mundo ver Hannah morrer de ciúmes por dentro enquanto finge indiferença por fora. Acho desnecessário. Assume logo casal!

― De forma nenhuma. Só não entendo de onde saiu tanta intimidade. ― possessiva.

― Agora você está reclamando? Quer dizer que só você pode ter outros amigos? ― Nicolas está com um sorriso enorme no rosto. Ele se diverte com essas pseudo crises.

― Exatamente. Você por outro lado é meu, e só. ― vamos dizer amém?!

― Não discordo. ― Amém!

Jamais devemos discordar da verdade querido leitor, vamos nos lembrar disso.

* A narradora cita um personagem de Meus 5 erros favoritos da mesma autora.

xxx

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