Capítulo 1

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Música: Birdy - People Help The People

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Respire Fundo.

Eu já estava andando a, mais ou menos, quatro horas; parecia tomada por uma enorme dormência e, por mais que eu desejasse, não conseguia manter os olhos abertos. Quando eu acordei coberta de terra e com uma enorme dor de cabeça, pensei que estava morta, mas acho que o céu não se parece com uma estrada de terra. Ou talvez eu esteja morta, mas não esteja no céu.

De qualquer modo, não faço ideia de onde eu estou.

Suspiro aliviada ao finalmente chegar a uma rua - asfaltada, para a minha felicidade - com um pequeno posto de gasolina. O sininho da porta soa em toda a loja, me assustando, olho para os lados e a única pessoa presente ali era um cara, sentado no caixa, lendo um gibi e mascando um chiclete, sua barba enorme compensava a sua cabeça, totalmente careca.

- Estamos fechados - ele diz sem tirar os olhos da pequena revista.

Olho para os lados e franzo o cenho ao ver a placa indicando o lugar como aberto.

- Mas a placa...

- Estamos fechados.

- Tudo bem - dou de ombros e abro a porta - Você pode dizer onde estou?

- Sioux Falls, Dakota do Sul - ele diz e tira seu olhar do gibi, me olhando de cima a baixo - Acho que você está sangrando.

Também olho para baixo, o vestido de cetim - antes branco - estava manchado de um vermelho escuro na região do estômago e com um pequeno furo no tecido, coloco meu dedo no furo e verifico se tudo está certo. Ok, nenhum machucado.

- Acho que não - dou de ombros e empurro a porta - Obrigado, eu acho.

Saio da minúscula loja e olho em volta, havia poucas casas em um estilo vitoriano, o cheiro a grama envolvia todo o lugar, o sol escondido por de trás das nuvens e uma garotinha - por volta dos seus 9 anos - me encarando. Seus cabelos loiros amarrados em duas trancinhas perfeitas, um vestido rosa até seus joelhos e um sorriso gentil em seus lábios. Inclino minha cabeça e olho em volta, onde será estão seus pais? Me viro para ela, decidida a ajuda-lá, mas ela já não está mais ali. Ando até lá, olhando para todos os lugares, mas nada dela.

Como se já não bastasse eu estar coberta de sangue, sem saber onde estou ou quem sou, eu também estou ficando louca.

Minhas pernas ficam bambas a cada passo que dou e meus olhos pesam, incapazes de se manterem abertos. Eu só estava andando sem um destino. As casas com um estilo vitoriano cobriam as ruas, todas as portas fechadas, ninguém nas ruas. 

Quando as casas foram acabando, consegui avistar ao longe uma pequena casa, rodeada por carros, todos quebrados e velhos, franzi o cenho ao ver o quão familiar aquilo soava. Havia um estreito caminho entre os carros, pelo qual eu tentei passar, desviando dos pedaços de metais que sempre arranhavam meus braços. A casa ficava mais próxima, eu já conseguia ver as janelas com alguns vidros quebrados, a tinta se descascando, a escada de madeira e a pequena garota sentada sobre ela, seu queixo apoiado em suas mãos, enquanto ela encarava fixamente a ponta de seus sapatos, perfeitamente brancos, como se ela nem tivesse andado pelo terreno coberto de terra.

- Hey! - exclamo e ela levanta sua cabeça, abrindo um sorriso - Você está me seguindo?

Ela balança sua cabeça, negando, aponta para mim e depois aponta para ela, por mais estranho que pareça, eu consegui entender o que ela quis dizer.

- Eu não estou te seguindo - digo e chego mais perto dela, apoiando minhas mãos no joelho para ficar mais próxima - Onde estão seus pais?

Ela nega novamente, agora com um pequeno bico em seus lábios.

- Tudo bem, vamos acha-los - digo e me apoio no fino corrimão de madeira, respirando fundo, tentando fazer com que minha cabeça parasse de girar - Eu também estou perdida. Vamos pedir ajuda.

Subo os degraus calmamente, tentando me equilibrar em meus próprios pés. Ela me acompanhava, ainda sorrindo. Enquanto minha respiração era pesada, a dela não dava para ser ouvida, enquanto meus passos rápidos faziam a madeira ranger, os dela mal tocavam no chão de tão leves. Ao chegar na frente da porta, levanto meu braço com um grande pesar, batendo três vezes na madeira da mesma. Coloco minha mão em minha testa e respiro fundo novamente, todo o mal estar aumentando. Alguns minutos se passam e nada acontece.

- Olá? - digo, alto o bastante para alguém lá de dentro ouvir e bato mais três vezes sobre a madeira.

Ouço uma cadeira se arrastar, alguns passos e um "click" baixo, alguns barulhos de correntes. A porta parece demorar uma eternidade para se abrir, minha visão turva fazendo tudo parecer estar em câmera lenta. Ela se abre, consigo ver um homem a minha frente, seus olhos arregalados em meus rosto, ele fica alguns segundos estático, até pegar suar arma rapidamente e apontá-la para mim.

- O que é você?

Ele diz, destravando a arma. Não tive chance de responder, pois no próximo segundo eu já estava desmaiando, sendo engolida por uma escuridão, acompanhada apenas pela minha respiração.

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OLÁ

Estou de volta yeeey

Vocês devem estar se perguntando: MARIANA PORQUE DIABOS ELA NÃO CONSEGUE SE LEMBRAR DE NADA?

E eu já estou respondendo: TUDO TEM UM PORQUE, MAS EU NÃO POSSO SPOILAR VOCÊS, VOU MANTER O MISTÉRIO COMO SEMPRE.

<3

Byee

Lost SoulOnde histórias criam vida. Descubra agora