Capítulo 7

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- Ele ainda está me olhando daquele jeito.

Olho pela fresta das cortinas, lá em baixo Dean está colocando algumas das poucas coisas que trouxeram no porta-malas do carro, ao seu redor as àrvores balançam com o vento frio do outono e o sol nasce, hora perfeita para partir já que o caminho é longo.

- Que jeito? - Sam pergunta, fechando a mala e me encarando.

- Que está me acusando de alguma coisa - paro de olhar para fora e me sento na beira da cama - Eu não fiz nada de errado!

- Ele não está te acusando de nada - ele coloca a mala em seus ombros - É que aquilo que aconteceu não é... Bom, não era do seu fetio.

- Vocês sempre fazem isso, sempre matam essas coisas, não é? - pergunto e ele concorda - Totalmente hipócrita me julgar, eu estava tentando salvar Alex e consegui.

- Não estamos julgando - ele abre a porta - Você já fez isso uma vez e ficou péssima, ele só não sabe como você irá reagir dessa vez... Ele não sabe como reagir.

Fico em silêncio, enquanto o acompanho até o carro, me despeço das garotas e prometo a Jody que voltaria, se conseguir. Após o carro dar partida tento me acostumar com o silêncio que se forma, quebrado apenas por alguma música clássica, afinal de Sioux Falls até o tal Bunker são horas de viagem.
Muito tempo se passa até eles decidirem parar em um posto de gasolina e dormir no carro mesmo, encosto a cabeça no banco e acabo fechando os olhos.

Flashback on

- Sarah - ele me encara, tentando decidir o que me falar - Não podemos mudar o passado.

Olho em volta, estou em frente à um quarto de motel, franzo o cenho quando vejo Dean a minha frente.

- Por favor Dean - as palavras escapam de minha boca, automaticamente - Não podemos deixar isso acontecer.

Ele fala alguma coisa, mas nenhum som saí de sua boca, olho para traz e uma mulher está parada no final do corredor.

- Então pelo menos me deixe morrer essa noite - sussurro - Não deixe que me salvem.

- Não - ele me encara com os olhos arregalados - Eu nunca faria isso. Não podemos, eu não posso. Eu preciso que você viva, todos precisamos. Se você morrer, o mundo acabará.

Num click, tudo se apaga.


Pov Narrador


São 4 horas da manhã, todos estavam dormindo - mesmo que desconfortáveis - no banco do Impala, menos Sarah... Ou o que deveria ser ela. Ela está incosciente quando destranca a porta e a empurra, sua mente apagada mas seu corpo totalmente desperto.

- Aonde você vai? - Dean pergunta e a segura pelo pulso, após acordar com o barulho da porta se abrindo... Acordou também com o medo de que sua antiga amante fugisse durante a noite, mas é incapaz de admitir isso.

Ela continua parada e sem olhar para ele, seu braço está estranhamente gélido demais nas mãos do rapaz.

- Banheiro - responde com sua voz arrastada.

Ela puxa seu braço com força e continua a caminhar, sem olhar para trás. Na cabeça de Dean aquilo era sua culpa, a frieza que ela acabará de usar contra ele, afinal quem sempre está evitando-a? Pobre rapaz, pondo a culpa em si, quando na verdade não está nem perto de achar a causa da estranheza da garota.

Mas Sarah realmente vai ao banheiro, passa pelo feminino e entra no masculino, é impressionante a quantidade de caminhoneiros que param por ali durante aquela hora da manhã, mas naquele dia só havia um. Fez tudo o que devia fazer, o pobre homem nem havia notado a presença de outra pessoa ali, talvez aquele foi seu erro. Ela anda até ele, os passos calmos, o que lembraria qualquer um as reportagens da Discovery Channel, onde a onça observa a sua presa.

- Acho que você entrou no lugar errado - o homem diz ao finalmente notar ela ali, tarde de mais.

- Eu acho que não.

Em questão de segundos, a cabeça do caminhoneiro está chocando-se contra o espelho, ele caí desnorteado e vê a garota - que parecia tão inocente - ajoelhar-se ao seu lado, ela segura sua cabeça e olha em seus olhos.

- Você que está no lugar errado.

Ela bate a cabeça dele várias vezes no chão, o som terrível de algo se quebrando, a força que ela usa ou a adrenalina.... Nada é capaz de acordar-la. Suas mãos puxam a camisa do homem já incosciente, estourando todos os botões e com um pedaço do espelho, ela começa a cortar o peito dele.

Após tudo, ela simplesmente se levanta e lava suas mãos, saí do banheiro e caminha em direção do carro. Só ai, ela acorda, entrando no carro, sem a mínima noção do que havia acontecido.


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Sei que ta bem confuso, mas prometo que tudo vai fazer sentido depois. <3

Desculpem pela demora, como sempre.

Até o próximo capítulo amores :*

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