Eu já estava acordada, mas permanecia com os olhos fechados, tentando adiar a minha conversa com os meus supostos sequestradores. Bom, isso deve ser um sequestro, certo? Estou sentada sobre uma cadeira, com os pulsos e pernas presos por correntes pesadas, minha boca estava tampada por uma grossa fita e todo o ambiente estava coberto por uma escuridão que dificultava a minha respiração, causando um medo que continuava corroendo minhas entranhas, a única luz vinha por uma fina abertura em baixo da porta. Levantei minhas mãos rapidamente, esquecendo o grande barulho causado por elas, abri os olhos para ter certeza que ninguém estava ali. Meus olhos varreram todo o cômodo, procurando algum sinal da pequena garota, mas eu era a única ali. Talvez ela tenha fugido.
A porta se abre com um ranger baixo, acompanhado por algumas vozes. Meus olhos se fecham automaticamente e deixo minha cabeça tombar para o lado, fingindo ainda estar em um sono profundo.
- Sei que você está acordada - alguém diz, a voz tensa - Ouvi o barulho das correntes.
Continuo com os olhos fechados, enquanto tentava controlar a minha respiração.
- Acho melhor você abrir os olhos e falar logo o que você é - os passos se aproximam e a fita é arrancada de minha boca com força, me fazendo grunhir e abrir meus olhos rapidamente - Meu irmão está no andar de cima, e está louco para matar você.
Um cara, muito alto, estava a minha frente, usava uma camisa simples e calça jeans, seus cabelos grandes e seus olhos verdes, estranhamente familiares, me encarando com irritação.
- O que? - digo e olho para cima - Quem é você? Olha, se você estiver me sequestrando, eu sinto muito mas você não vai ganhar nada com isso.
Ele franze o cenho e enfia uma das mãos no bolço, tirando de lá uma pequena garrafa prata. Ele a destampa, chegando mais perto, seu olhar dirigido para meu rosto, analisando cada parte. Seu braço se levanta e antes de conseguir processar o que estava acontecendo, sindo a água entrando em contato com meu rosto.
- O que você está fazendo? - digo, sentindo a água escorrer do meu rosto e pingar sobre o vestido manchado - Porque diabos você jogou água em mim? Qual o seu problema?
Ele recua alguns passos e coloca a garrafa sobre uma mesa de metal encostada na parede, que eu não havia visto até agora. Ele passa a mão em seu cabelo, deixando-os para trás, e suspira exasperado. Ele se vira para a porta ao mesmo tempo que outro homem - que supus ser seu irmão - entra. Era mais baixo que primeiro, seus cabelos em um tom de loiro escuro, usava uma jaqueta.
- Ela já disse, Sam? - sua voz estava tensa, enquanto ele andava em direção ao seu irmão, sem olhar para mim.
- Não - o tal "Sam", diz - Mas eu já fiz o teste com água benta, ela não é um demônio.
- É claro que eu não sou um demônio - exclamo - Meu Deus, vocês são doentes.
Sam suspira, enquanto seu irmão chega até mim, olhando para o chão. Em suas mãos estava uma pequena e brilhante faca, ele se abaixa e passa a lâmina sobre meu braço, abrindo um pequeno corte. Meus olhos se arregalam e eu solto um protesto em forma de grito. Ele se levanta rapidamente e recua alguns passos, olha para meu braço e depois para Sam.
- Ela é humana?
- Bom, não se esqueça que você já foi para o inferno e eu já fiquei preso naquela gaiola, ambos estamos aqui agora - o mais alto diz, seu cenho franzido - Vamos lá, Dean, não é tão difícil acreditar que seja ela.
O mais baixo, que só agora descobri chamar "Dean", finalmente olha para mim. Seus olhos analisando cada parte de meu rosto, como se tentasse achar alguma coisa fora do lugar, alguma coisa diferente.
- Como você chegou aqui? - ele pergunta, me encarando fixamente.
- Bom... - digo, olhando para baixo, conseguia sentir seu olhar queimando minha pele - Eu também não sei como cheguei até aqui. Eu acordei em algum lugar bem longe e enquanto eu andava encontrei uma garota na frente dessa casa, decidi pedir ajuda, ela parecia perdida.
- Uma garota?- Sam pergunta - Não havia ninguém além de você.
- Bom, ela deve ter fugido - dou de ombros - Vocês podem, por favor, tirar essas correntes de mim?
- Ainda não - Sam diz após seu irmão balançar sua cabeça, negando - Você não sabe quem nós somos?
- Por que eu saberia? - digo e suspiro, irritada - Olhe, não leve para o lado pessoal. Eu nem lembro quem eu sou, como eu me lembraria de vocês?
- Você não se lembra de nada? - Dean pergunta.
- Não - sussurro e o encaro - Você sabe quem eu sou?
Ele olha para Sam e depois concorda com a cabeça, parecia indeciso sobre o que falar.
- Seu nome é Sarah, tem 28 anos... - ele para e suspira - Bom, agora você tem 30 anos.
- O que aconteceu comigo? Onde eu estava? - pergunto rapidamente - Onde estão meus pais? Minha família? Eles sabem que eu estou bem?
Ele olha para Sam novamente, sua boca se abre, mas se fecha logo depois. Depois de longos segundos em silêncio, Sam resolve responder.
- Seus pais morreram a muitos anos atrás - ele sussurra - Sinto muito.
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Heey gentche
EU AMEI ESSE BAGULHO Q PODE COLOCAR GIF NO MEIO DA HISTÓRIA, OBG WATTPAD
Vejam isso e fiquem felizes comigo:
HSUAHSUA COMO NÃO AMAR?
:3
Byee
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Lost Soul
FanfictionTodos sabemos quem somos ou quem queremos ser. Crescemos com um conceito, com decisões que precisam ser feitas, diferenciando o bem do mal, tudo se baseando no que somos. Mas, o que fazer, quando não fazemos ideia de quem somos. Todos os conceitos...