Capítulo 5

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Vou começar a colocar uns vídeos maneiros aqui, porque? Não sei.

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O vento bateu contra meu rosto, me sufocando por alguns segundos, a luz incomodando meus olhos fechados e  meu braço sendo arranhado enquanto eu resmungava alguma coisa como "apague a maldita luz". Meu braço é puxado violentamente, me fazendo abrir meus olhos, arregalando-os em choque.

- Me solte!

Minha mão envolvia a garganta de uma pequena garota de cabelos cacheados, suas costas encostavam na parede fria, seus pés desencostados do chão, seus olhos arregalados e sua boca aberta numa tentativa falha de preencher seus pulmões de ar. Meus dedos se soltaram e minha mão se afastou rapidamente, acompanhado por um pequeno grito meu. A garota recuou alguns passos, respirou o mais fundo que conseguiu e saiu correndo, gritando "você é louca, vou ligar para a polícia" enquanto virava a esquina do beco imundo em que estávamos.

Olhei em volta, ainda com os olhos arregalados e a respiração rápida, o que diabos estava acontecendo? A última coisa que me lembro era de Dean me deixando na casa de Jody e eu apagando completamente, em um sono profundo. Percebi que minhas mãos tremiam quando olhei para baixo, algumas manchas vermelhas cobriam-as, como se elas estivessem sido esfregadas rapidamente. Recuei alguns passos e me virei, virando por onde a garota de cabelos cacheados havia virados, me apressando. 

Só percebi que estava correndo quando cheguei a porta de Jody, com a respiração descontrolada e meus cabelos grudando em minha testa, se misturando com o suor. Bati á porta algumas vezes e esperei impacientemente até que ela se abriu, com uma garota de cabelos loiros bagunçados, maquiagem borrada e sobrancelhas arquelhas á minha frente.

- Quem é essa? - ela pergunta, olhando para trás onde Jody aparece.

- Essa é Sarah, ela vai ficar com a gente hoje - Jody diz - Sarah, essa é a Claire.

Claire revira os olhos e se vira, antes que eu possa cumprimenta-la. Murmuro um "oi" e sigo em frente rapidamente.

- Ótimo - ouço-a resmungar - Mais uma vadia louca pro time.

Reviro os olhos e subo as escadas de madeiras, que rangiam a cada passo rápido que eu dava. Empurro a porta que se abre com um pouco de dificuldade, por causa das coisas espalhadas pelo chão. Logo em cima da cama está a mochila, seu zíper semi-aberto e sua tintura azul desbotada dando-lhe um aspecto velho demais a um objeto acabado de ser comprado, eu poderia usar a desculpa de que aquele material era vagabundo pelo simples motivo de ter sido comprado em um posto de gasolina no meio do nada. Puxo o zíper para cima, abrindo-o com um estalo, e jogo todas as coisas de lá sobre o colchão com cheiro a mofo, vendo as variadas peças de roupas em preto e cinza, um suéter verde e jaquetas vermelhas, alguns maços de dinheiros enrolados por um fino elástico - que parecia prestes a estourar em minhas mãos -, várias identidades falsas e, por fim, o tão procurado celular.

Sento de frente para o colchão, encarando o pequeno objeto com a tela brilhante em minhas mãos. 

- Foda-se - murmuro e disco o número, apoiando o celular contra meu ouvido.

Três toques, três longos e demorados toques, até que por fim um barulho é audível e eu automaticamente reconheço a voz.

- Hey.

- Eu acabei de quase matar uma pessoa - digo rapidamente - Eu ando tendo esses... Ataques de sonambulismo. Eu apago, de uma hora para outra, e acordo em lugares diferente. Agora eu acabei de acordar em um maldito beco, enforcando uma garota...

- Eu... O que? Por que não avisou antes?

- Eu tentei - digo, aumentando o tom de voz - Mas você esteve o tempo todo ocupado tentando me evitar.

Lost SoulOnde histórias criam vida. Descubra agora