Capitulo Um

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Levantei-me depois de mais uma noite em branco bastante frustrada comigo mesma. Porque raio é que eu não posso ter uma noite em paz?
Decidi vestir skinny jeans pretas, um hoodie cinzento  e calcei as minhas vans pretas.
Fui até á cozinha e comi o meu delicioso pequeno almoço, ainda a pensar numa solução para o meu problema. Na verdade, os meus dois problemas: 

1- não dormir
2-arranjar um colega de apartamento.

Sim,eu preciso de viver acompanhada para poder ficar neste incrível apartamento e ir á universidade. Por isso é que vou ter a minha última entrevista hoje.
Até agora não gostei de ninguém e isso deixa-me triste. Quer dizer, triste não. Mas é frustrante como ninguém é interessante ou minimamente razoável.
Como já tinha dito, hoje é a minha última entrevista e eu estou bastante nervosa. Tudo depende desta pessoa. Tudo.
Alguém bateu á porta e tocou repetidamente na campainha.

"Já vou!!!!"

Céus, que impaciência.
Abri a porta e talvez tenha ficado um pouco pasmada com o rapaz que apareceu á minha frente com uma expressão vagamente pedófila. Eu não costumo olhar desta forma para rapazes.
Deixa-me reformular, eu não costumo olhar assim para rapazes que a) estejam á minha frente ou b) que saibam da minha inútil existência.

"Já a olhar assim para mim?"

"O quê? Não sejas ridículo."

"Sou o Calum" -riu ligeiramente.

"Entra"

Idiota.

"Quando queres que vá buscar as minhas coisas?"

"Desculpa?"

"Oh vá lá, não é possível quereres recusar isto." -apontou para si mesmo.

Oh Deus.

"Convencido."

"Apenas realista. Além disso, eu vi os outros que se candidataram para este apartamento e eles são esquisitos, não vale a pena negar. Portanto, mais vale ficares comigo do que com qualquer um deles."

Por mais que o que seja certo seja expulsá-lo deste apartamento, o nível de desespero é tão grande que encontrei sentido nas palavras dele. 
Portanto, dei-lhe um murro.

"Fine. Apenas não me irrites coleguinha."

"Mas tu és doida? Fazes isto a toda a gente?"- passou a mão no queixo.

"Apenas as pessoas que não gosto."

"Sou demasiado bonito para tu me odiares." - piscou-me o olho.

" Enquanto tentas arranjar sentido nessa teoria, não sangres demasiado okay?"

Estúpido.
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Passaram duas horas desde que o Calum se mudou cá para casa. Acreditem ou não, ele tinha tudo o que precisava no carro.
Adiante, duas horas já se passaram e talvez eu já o tenha tentado agredir algumas vezes.

"Pára de me bater Mia! Estava só a brincar sua sensível!"

"Calum, eu juro que te afogo."

"Pronto okay! Desculpa!"

"É bom que peças."- tentei ser intimidante.

"Vou continuar a desempacotar as minhas coisas. Queres ajudar? Sempre podes começar por.."

"Nem pensar seu guaxinim. Tens mãos não tens? Tem um bom dia."

Ele riu e eu empurrei-o para fora do meu quarto antes que ele pudesse dizer mais alguma coisa. Há pessoas que realmente ficam mais atraentes quando estão caladas.
Eu não sei como é que me vou manter calma e não o matar.
Estive apenas duas horas com ele e já me quero atirar de uma ponte.
Okay, não vamos exagerar.
Mas atirá-lo da ponte parece bastante apelativo neste momento.
Oh, isto vai ser ótimo.

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