A jovem menina de rosto cansado era sempre distante de sua família, seu pai acreditava que o comportamento fosse pela idade, mas quando o assunto era sua mãe, realmente isso se agravava. Iva odiava a angústia que sentia ao tentar uma proximidade com sua filha, que parecia sempre tão 'indiferente'. Algo que não acontecia com relação a seu marido. Ela se julgava demais com isso e acreditava que realmente tivesse fazendo algo errado. Considerava-se uma pessoa atenciosa e preocupada com a filha, mas ao mesmo tempo, às vezes sentia ódio e tinha vontade de lhe bater, para ver se a menina diria algo que lhe fizesse entender o porquê de tratá-la como uma pessoa qualquer.
Sempre que Jane saia, tanto para ir para o colégio quanto para dar uma volta, sempre dizia "Até mais, pai!" enquanto para ela, era apenas um olhar, e isso quando ainda olhava. Iva conversara com Aureli por diversas vezes perguntando se fazia algo de errado, e ele sempre falava a mesma coisa "Isso irá passar uma hora" as vezes brincava com Iva dizendo ser o complexo de Édipo, mas nunca passava. Sua filha já estava com quinze anos e nunca mudou seu comportamento perante a mãe, algumas vezes chorava quando via que Jane sentava sempre perto do pai e como um inicio de conversa, era sempre com ele também e o fato de não lembrar uma única vez que ela a abraçara por plena vontade. Todo o amor e carinho de Jane parecia ser dedicado ao seu pai, que a via como sendo uma princesinha, maldito complexo de Édipo. Esses pensamentos mantinham sua mente em um estado depreciável.
Mais um dia começa e Jane desce as escadas, abre a porta, se despede de seu pai e sai para chegar a tempo à escola.
- Ei, eu estou aqui Jane! – Diz Iva, como um impulso.
- Oi?
- Eu disse que estou aqui, você sempre passa e nunca se despede de mim.
- Desculpe, acho que nunca te percebi aí.
- Como é? Nunca me percebeu?
- Sim.
- Então quer dizer que sou meio "insignificante" para você?
- Não diria insignificante, mas eu realmente não percebo sua presença.
Aureli percebe a tristeza no olhar da esposa e então questiona Jane:
- Como não percebe a presença de sua mãe, Jane?
- Desculpe, pai. Eu apenas desço as escadas e é sempre a mesma cena, você sentado vendo o jornal perto da porta enquanto ela parece estar sempre lá no fundo dentro da cozinha.
- Pois eu acho que mesmo se eu ficasse perto da porta e seu pai na cozinha você ainda seria capaz de não me cumprimentar menina. – Revida Iva.
- É coisa da sua cabeça mãe, desculpe terminar o assunto sobre sua existência mas preciso ir.
Iva fica chateada mas resolve relevar, pelo menos já havia dito o que lhe incomodava a algum tempo já.
Na escola, sentados em suas carteiras na sala de aula, os alunos estão esperando o novo professor de geografia, até este aparecer pela porta. Ele deixa seu material na mesa e se apresenta para a turma dizendo se chamar Yovan Bienvenut. Era um homem charmoso, alto usava óculos e parecia ser muito carismático. As meninas suspiraram ao vê-lo. Ficaria até o fim do ano com aquela turma, cobrindo a licença da professora que havia tido um bebê. Comentou que depois voltaria para a sua cidade para ajudar no negócio da família quando a tal professora estivesse para voltar.
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O DIÁRIO DE JANE
HorrorJane é uma linda menina de olhos castanhos e longos cabelos negros, como o que ela esconde por dentro. Como qualquer pessoa, ela também quer descobrir o amor, mas o tempo passa e ela se vê sendo diferente das outras meninas e pessoas que conhece. Po...