3.Hadiel

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A vila estava silenciosa demais. Tudo estava envolto na escuridão e ninguém estava a vista. Era estranho, sendo que aquela hora do anoitecer as crianças estariam correndo de um lado a outro enquanto os adultos se preparavam e descansavam para outro dia de trabalho.
Havia saído para caçar e tive sorte de abater um javali robusto. Levara o dia todo e estava muito cansado, tanto pelo peso do animal quanto da aljava com as flechas e o arco. Tudo que queria era chegar em casa e ver Ádia, minha vida. Poderia jurar que conseguia sentir o cheiro de mel e jasmim de sua pele á quilometros de distância. Eu a amava demais. Tudo foi por terra quando notei o que estava errado. Todos estavam mortos.
Larguei tudo e corri até a cabana onde vivia com Ádia. Ela estava deitada na cama, os olhos arregalados de pavor e tinha sangue por todo seu corpo. Quem quer que a tinha matado, a violentou brutalmente. Sua pele antes cor de pêssego estava pálida e gelada.
Chorei ao lado da cama até o amanhecer. Gritei de desespero pela perda dela e um vazio se instalou na minha alma. Foi difícil deixa-la e sepultar seu corpo. Depois disso eu parti de Atenas. Nada mais fazia sentido. Eu apenas existi a partir daquele momento.

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