Amira

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Cansada. Era assim que eu me senti a vida toda. Cansada de lutar para viver em paz e feliz com Matheus e longe de todos que nos ameaçavam. Desde o começo tudo estava contra nossos planos mas o amor prevaleceu diante das dificuldades de aceitação das nossas famílias.
O motivo sempre foi a rivalidade antiga que sempre existiu. Disputa de terras e por aí vai. E quando nos conhecemos nada disso teve importância.
Os planos e as juras de amor que fizemos pareciam eternos e nada poderia nos separar. Até que que engravidei. O desespero ficou evidente enquanto pensávamos o que fazer. Para onde ir depois que nossas famílias descobrissem. Matheus ficou emocionado com a notícia e prometeu ficar do meu lado. Ainda sim eu me sentia aterrorizada com a ideia de não aguentar a pressão do futuro que viria.
Na tarde em que contei a ele até o ar parecia parado diante da tensão que eu emanava. O choro era descontrolado e desesperado demais. Matheus prometia que ficaria tudo bem e não deixaria nada nos acontecer. Tentei de todas as maneiras tirar força de suas palavras e surpreendentemente um fio mínimo de esperança se formou em meu coração quanto ao futuro. Não meu, nem de Matheus mas do meu bebê.
Eu protegeria de qualquer maneira o ser que crescia dentro de mim. Os meses se passaram rapidamente até o nascimento do bebê, uma menina. A felicidade fe vê-la pela primeira vez superou qualquer outra coisa que eu tenha vivenciado até ali.
Naquele momento eu tive uma sensação morna de algo presente no local. Reconfortante.
Vinte anos depois, no banheiro vendo a confiança e força no olhar de Egídia senti a mesma coisa. Algo quase sobrenatural a envolvia.

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