Hadiel

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Novecentos e oitenta anos depois, quando mais nada me interessava, um casal me chamou a atenção em um banco de praça. O brilho azul turquesa que os rodeava me atraiu.
O jovem de cabelos castanhos e olhos verdes olhava com afeto a garota ao seu lado. Ajeitou uma mecha negra do cabelo dela e enxugou uma lagrima.
- Não chore- ele falou cheio de dor- Vai ficar tudo bem.
- Estou com medo Matheus.- ela sussurrou.
- Venha cá- ele abriu os braços e aninhou ali- Eu não vou desistir de você Amira. Amo você e o nosso bebê.
Ele acariciou a barriga da jovem a deu um beijo em sua testa.
De longe eu senti uma sensação morna me atingir. O amor daquele casal tocou uma parte de mim que eu julgava perdida.
Os observei sempre. Até o dia do nascimento da criança. Na maternidade eu observei a andiedade dos dois. A dor de Amira e a felicidade do casal com a chegada de uma menina.
- Qual será o nome dela?- Matheus perguntou a esposa.
- Egídia. Minha pequena Egídia.- ela sussurrou.
O mesmo brilho que envolvia o casal passou a envolvê-la. Muito mais forte. Curiosamente o vazio dentro de mim se amenizava quando eu estava perto daquela criança. Mesmo sendo uma sombra qualquer, gostava de acompanhar cada dia de vida da menina.
Obsevei, curioso, que o brilho dela ficava mais fraco quando eu me afastava. E eu sentia que deveria protegê-la.
E nunca mais fiquei longe da minha pequena Egídia.

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