Dear Boss

Capítulo 06

- Saskia

Eu ainda não estou bem em mim com o que aconteceu lá em baixo era tudo menos o que eu esperava que acontecesse, mas não tenciono que não volte a acontecer porque se isto se tornar público eu vou ser vista como uma oportunista, e ele como o patrão que só quer dar umas voltas com a secretária, o que não deixa de ser mentira pois ele já tem uma reputação com as mulheres

Por mais que a minha vontade fosse aproveitar o momento, eu tenho de ser racional.

{...}

Eu não sei quanto a vocês, mas eu odeio terças-feiras, para além de ser de longe o dia em que tenho mais trabalho é também o dia em que.. é acho que é só isso.

Levantei-me da cama, ainda um pouco tonta pelo choque de realidade que é o despertador  às seis da manhã, fui tomar um banho, em seguida vesti um vestido justo até ao joelho preto acompanhado  por uns saltos não muito altos, mas elegantes também eles pretos. Fiz umas ondas soltas no cabelo e vesti um blazer.

Por fim fiz um pequeno almoço simples, só de pensar que é o Ryan que me vai levar até à empresa o meu estômago até dá voltas.

Abri a porta do prédio levando logo como uma brisa fresca.

- Fodasse, tanto tempo para arranjar este cabelo para agora vir esta merda de vento!! - Sussurrei para mim. 

- Bom Dia, Saskia. - Ouvi a voz de Ryan. Ele já estava à espera junto ao carro deitando o seu charme.

- Bom dia, desculpa se te fiz esperar. - Cumprimentei, caminhando até perto dele tentando demonstrar confiança, acho que ficava melhor se o meu cabelo colaborasse!!!

- Não precisas de pedir desculpas, valeu a pena esperar. - Ele caminhou até mim e pousou uma mão na minha cintura encostando os nossos corpos, engoli em seco.

- Acho que é melhor irmos. - Tentei esquivar-me tal como ontem, mas não deu muito resultado pois ele colocou a mão livre no fundo das minhas costas. Passou o nariz pelo meu pescoço, parou numa área especifica junto da minha orelha, passou a língua por lá beijando e mordendo logo em seguida, só me apercebi do quão entregue eu estava ao momento quando um suspiro escapou dos meus lábios e os meus braços abraçaram o seu tronco.

Ele encostou-me ao carro e beijou os meus lábios com urgência, aqueles beijos são o paraíso na terra, coloquei as mãos na sua nuca e raspei lá as unhas  sentindo-o estremecer. Ele mordeu o meu lábio inferior e sorriu, um sorriso de molhar as cuecas. 

- Sim, eu também acho que é melhor irmos. - Ri-me e ele abriu a porta do carro para que eu entrasse.

Bem parte da viajem foi feita em silêncio, até que ele decidiu interromper:

- Hoje vens almoçar comigo? - Perguntou-me, desviando o olhar da estrada encarando-me por breves segundos. 

- Qual é o teu objectivo com isto? Queres dar umas voltas com secretária, é? - Perguntei e ele riu-se pelo nariz, o que me irritou bastante. Eu sou perita em abrir a boca, não é preciso dizerem.

- Vais dizer que não queres? - Perguntou passando as mãos pelos cabelos, eu não pude evitar e ri-me. 

- Eu não sou como essas que andam para ai, sinceramente esperava mais de ti depois do que me disseste ontem. - Olhei-o esperando algum tipo de resposta, mas tudo o que obtive foi o silêncio. Encostei a cabeça ao vidro do carro e só a desencostei  quando ele parou o carro já no subsolo.

Fui para abrir a porta do carro, mas ele não me deu tempo e puxou-me pelo cotovelo, olhei-o naqueles olhos cor de esmeralda.

- Quando eu quero dar só uma  volta com uma mulher podes estar descansada que eu não me preocupo sobre a maneira como ela vai para casa depois do trabalho e sobre as mãos nojentas que lhe podem tocar num autocarro, mas sobre tudo não tenho necessidade de me justificar perante ela. - Não pude evitar não me sentir nervosa, mas ao mesmo tempo senti como se um peso tivesse saído de cima de mim, agora que as coisas estão mais esclarecidas eu acho que mereço aproveitar um bocadinho o momento.

Consumida pela coragem, coloquei ambas as mãos na sua nuca e beijei os seus lábios com calma, ele aproximou-se mais e colocou uma das mãos na minha cintura e outra na minha coxa.

O beijo não tinha pressas e era bastante delicado apesar das nossas línguas  travarem uma guerra.  Ryan finalizou o beijo com um selinho, a sua mão que estava na minha coxa puxou o vestido um pouco mais para cima e acariciou aquela parte.

- Vens ou não almoçar comigo hoje? - Voltou a perguntar olhando-me nos olhos.

- Hoje é o dia em que tenho mais trabalho e... - Fui interrompida.

 -  E eu sou o teu chefe e se digo que vens almoçar comigo só tens de vir e pronto. - Ele disse num tom de gozo.

- O senhor é que manda. 

{...}

Foi uma manhã nada tranquila, cheia de reuniões e telefonemas importantes.

Quando o relógio marcava meio-dia, Ryan sai do seu gabinete com o blazer na mão.

- Vamos? - Perguntou, olhando para a minha mesa cheia de papeis.

- Sim. - Levantei-me vesti o casaco e agarrei na mala.

Durante a viagem até ao restaurante  ele  pousou a mão na minha coxa, acariciou com o polegar, era um carinho que eu definitivamente adorava.

Quando chegamos ao restaurante ele estacionou e saímos os dois. Entramos no restaurante e uma empregada veio ter connosco para nos indicar a nossa mesa.

- A vossa mesa é por aqui. - Indicou-nos a mesa e fizemos os pedidos.

- Fala-me sobre ti. - Pediu ajeitando-se na cadeira

- O que queres saber? - Retorqui, ele olhou-me pensativo.

- Isto vai parecer uma estupidez o que te vou perguntar, mas qual é o teu perfume favorito? - Ri-me da sua pergunta pelo facto de não ser muito usual tal como ele tinha dito.

- Não tenho um favorito, mas não gosto de cheiros muitos fortes, quer em homens quer em mulheres. - Respondi um pouco à toa por não saber o porquê desta pergunta. Ele ia para falar, mas foi interrompido pela empregada de à pouco que vinha já com os pedidos.

- Aqui têm os vossos pedidos e bom apetite.

- Obrigada. - Respondemos em coro. 

- Um dia destes posso raptar-te para um jantar? - Perguntou com o seu habitual sorriso de charme, e as minhas bochechas ganharam uma certa cor adicional.

- Quem sabe um dia. - Respondi tentando não mostrar o meu nervosismo. - Fala-me sobre ti?

Tentei manter assunto, para não ficar aquele silêncio irritante.

- Vivo sozinho, normalmente saiu com os meus amigos o que é publico visto que a imprensa anda sempre atrás mim. E claro quando se tem uma empresa para gerir também se leva trabalho para casa. - Encaramos-nos por uns momentos e ele soltou um pequeno sorriso.

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