- Ryan
- Tu é que acordaste muito inspirado. - Respondeu-me olhando as panquecas.
Não sei o que lhe importuna a mente e mesmo que tente adivinhar ela não me deixa, a maneira como ela me ligou é demasiado estranha. Eu fui criado numa bola de cristal de dinheiro e posições importantes na sociedade, mas ela não.
- Ryan, estás me a ouvir?
- Sim, sim. - Respondi não fazendo ideia do que ela estava a falar.
- Eu perguntei-te se preferias acompanhar as panquecas com fruta ou com mel. - Riu-se da minha cara. Quem a visse agora acharia que não era a mesma pessoa que me ligou às três da manhã assustada.
- Fruta, por favor. - Respondi. Ela caminhou até ao velho frigorífico e trouxe uma caixa de morangos.
{...}
- Nunca me falaste dos teus pais. - Afirmei olhando uma moldura posta na sua mesa de cabeceira, na foto estava uma criança que parecia muito a Saskia logo deduzi que seja ela, de mão dada com dois adultos que devem ser o seus pais. Ela olhou para mim um pouco confusa.
- Os meus pais? O que têm os meus pais? - Encolhi os braços. - Os meus separam-se quando tinha 11 anos, ambos seguiram as suas vidas, tiveram mais filhos com os seus parceiros e eu segui a minha também. A minha mãe não suporta o facto de eu ter saído de casa por causa do meu padrasto então embirra com tudo na minha casa e o meu pai apoia-me na maior parte das minhas decisões. Uma família muito estruturada comparada com a tua.
Ela riu-se da sua última frase com ironia e eu abri a boca para começar a falar, mas fui interrompido.
- Antes que digas que a tua família não é como parece, lembra-te bem do trabalho que tens e do porquê de o teres. - Lançou-me um olhar feio.
- És tão dramática, Saskia. Só ia dizer que nem todas as famílias são perfeitas, a tua não é, mas a minha também não é. Vais me dizer que é normal que a minha mãe me ande a fazer um arranjinho com a filha de uma amiga? - Ela olhou para mim atordoada.
- Isso é a sério? - Afirmei com a cabeça. - Ela ao menos é gira?
Ri-me imenso com a sua pergunta e ela bateu-me com uma almofada.
- Quando está de boca calada, sim.
- Nada machista, senhor Walker.
- Machista? Ela é que é esganiçada, imagina que, hipoteticamente, eu ia com ela para cama. Ela iria gritar tanto que eu ficaria surdo, tu queres que eu fique surdo? - Ela revirou os olhos e virou a cara de volta para o telemóvel.
- E tu és tão exagerado, tenho mais pena dela do que de ti! - Olhou-me pelo canto do olho.
- Duvidas das minhas capacidades? - Perguntei-lhe vendo as suas bochechas ganharem cor.
- Talvez. - Respondeu num tom baixo.
Estávamos deitados na sua cama, eu estava de lado virado para ela e ela estava de barriga para cima a ver qualquer coisa no telemóvel. Tirei -lhe o das mãos e coloquei na mesinha de cabeceira (criado mudo), aproximei-me mais dela e raspei os meus lábios no seu pescoço.
- Larga-me! Não me quero relacionar com machistas. - Olhei a incrédulo com as suas palavras.
- Ao menos não me puseste fora do teu apartamento, já é um começo. - Ri-me, mas continuei, desta vez beijando-lhe o queixo com lentidão, o seu corpo começo a responder-me com arrepios. Ela começou-me a fazer carrinhos na nuca e finalmente beijei-a com toda a vontade possível.
Mas como sempre o universo nunca está a favor e o meu telemóvel tocou.
- Estou?
-Oh olá, filho. Era para o lembrar que logo é para vir jantar cá a casa, tem de conhecer a Marina, querido. - Disse toda entusiasmada. A Saskia olhou para mim confusa e eu sorri-lhe.
- Mãe, apanhou-me numa má altura, estou numa reunião de última hora com a Saskia. O jantar não pode ficar para outro dia? Ou para talvez nunca? - A Saskia deu uma gargalhada gostosa e chegou-se a mim, jogando o mesmo jogo sujo que eu joguei à momentos atrás. Passou o nariz pelo meu pescoço, subindo até à minha orelha mordendo-a em forma de provocação.
- Não me venha com desculpas. Estou a zelar pelo seu futuro, a Marina é uma rapariga bem parecida, delicada e muito bonita. Conto consigo! - Desligou-me o telemóvel. Atirei-o para um canto e concentrei-me na mulher que tinha à minha frente.
Eis que me surge uma ideia de génio!
- Tenho um convite para ti. - Ela olhou para mim atentamente. - Vens jantar comigo, logo, a casa dos meus pais?
- Não. - Respondeu-me fria e levantou-se da cama andando até ao outro lado do quarto.
- Não? Porquê? - Perguntei incrédulo com a sua resposta, o meu sangue começou a borbulhar.
- Tu queres me levar a jantar a casa dos teus pais para chatear a tua mãe e essa tal de Marina. Por isso não, e se queres saber já está a ficar tarde, é melhor ires. - Engoli em seco. - Há uma florista a dois quarteirões daqui, aposto que a Marina vai gostar de umas rosas ou assim.
- Estás a gozar comigo? Eu venho aqui a tua casa para ver se está tudo bem contigo e é isso que recebo em troca? - Ela começou a ficar vermelha e algo me diz que tu, Ryan Walker, vais ouvir das boas.
- Está descasado da próxima não ligo, não gosto de ficar a dever favores a ninguém. - Ela abriu a porta a do quarto e saiu. Ouvi a porta da rua abrir-se. - A porta está aberta é só saíres, depois fecha-a.
***
E que tal? O que acham deste capítulo?
Beijinhos e obrigada!!
Votem e Comentem :*
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Dear Boss
RomanceJá pensas-te se um dia te sentisses atraída pelo teu chefe? ➸ Conteúdo sexual explícito. Portanto a sua classificação será de conteúdo adulto; ➸ Se és sensível ou não te sentires confortável a ler este tipo de conteúdos peço-te que não leias; ...