Numa noite chuvosa e tempestuosa, atrás de uma barulhenta guerra, uma linda e jovem mulher, completamente ensanguentada, corria ferozmente por uma floresta escura, onde as arvores eram muito próximas e lhe feriam a cada passada entre as mesmas. Deixando sua pele pálida com rasgos e ferimentos cada vez mais graves. O peso em seus braços não ajudava nem um pouco. Mas, ela estava decidida a não larga-lo.
– Doce anjo, resista mais um pouco. Estamos quase lá. – Ela dizia ofegante.
Em seus braços estava um bebê, tão pálido quanto ela. De olhos fechados. Com uma aparência sonhadora e sonambula, deixando a impressão de estar dormindo. Mas as batidas fracas e cada vez mais lentas de seu pequeno coração faziam a jovem se desesperar, correndo e exigindo mais de seu corpo frágil de pós-parto.
Assustada, ela ouviu passos barulhentos de cascos no chão maciço da floresta, batendo e derrubando arvores, causando mais pânico na moça, que caiu no chão após um tremor.
Segurando firme o embrulho fofo em sua mão. E ela ouviu uma voz grotesca e monstruosa:
– Dê-me a criança, sua tola! E ele poupará sua vida.
– Nunca! – Ela se levantou com muito esforço, se apoiando com as pernas bambas e sua coragem.
Um ser incrivelmente alto, com um corpo forte e peludo, porem humano, e de cabeça taurina saiu diante de uma enorme arvore.
– Anda, Arabella, eu não irei lutar com você. Seria muito fácil... Apenas me entregue logo essa criança quase morta em seus braços. Vê, ele só está atrapalhando sua fuga.
Ele dava passos lentos em direção à mulher. E mesmo devagar, cada toque de seus cascos no chão causava um leve tremor.
Arabella encarava seu novo adversário. Assustador, grandioso e pronto para mata-la se fosse preciso.
O bebê em seus braços começou a chorar, gastando suas poucas energias.
– Hahaha! Viu? Ele sente a presença de um ser mais forte! Agora, me dê-o aqui! – Tinha graça na voz perversa do minotauro.
Ele encarava a pequena mulher de cabelos completamente brancos diante dele com um ar de superioridade enquanto ela permanecia de cabeça baixa, com um braço encostado no tronco de uma arvore e o outro segurando o sensível bebê que sessava o choro.
– Ele deve estar sentindo o meu poder. – Mesmo fraco, a voz dela estava confiante.
De cabeça em pé. Ela encarava o monstro com seus olhos azuis claríssimos, quase brancos. Em um tom brilhante e luminoso, que fez o bicho recuar assustado com a enorme energia emanada da frágil e ensanguentada Arabella.
Com um movimento sutil da mão livre, ela afastou o monstro e o atirou em um tronco bastante firme. Fazendo-o cair no chão, soltando um urro auto de dor.
Ainda com a mão diante do monstro ela o fez levantar no ar. Abaixando a mesma, o minotauro caiu quebrado no chão. Grunhido.
Com um movimento simples, fazendo um símbolo concentrado no ar. Uma luz forte e quente emergiu do monstro caído, ele estava em chamas. Gritando por sua vida.
Com seus olhos de volta a um tom mais doce e gentil, ela ajoelhou-se cansada no chão. Fraca demais por gastar mais de sua energia magica. Mas ela precisava continuar, então, apertou o bebê choroso em seus braços e com muito esforço colocou-se de pé. E novamente vagou na floresta escura a procura de um refugio seguro para ela e seu bebê, cada vez mais calmo...
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Charmed: Um conto de lua (Encantado 1)
FantasíaConhecer a si ou sua história não é uma tarefa fácil. Ainda mais quando se nasce e cresce no meio de belas mentiras, repletas de amor. Em Sunnydale, uma pequena e pacata cidade localizada no meio de uma floresta, é onde os habitantes escondem seus s...