Charmed: Um conto de lua (Encantado 1)

Mudanças de Hábito

Um enorme carro preto, com vidros fumê parou ao meu lado bruscamente, me fazendo congelar aterrorizado. Meus olhos correram por toda rua e não encontro uma alma viva passeando àquela hora. Droga.

O vidro do lado do carona se abre e aos poucos vai revelando uma imagem conhecida soltei o ar aliviado. Anna, a ex do meu irmão estava ali, sorrindo para mim, com seus olhos quase sumindo do rosto.

Anna era uma das meninas mais gatas do colégio, uma descendente coreana com olhos puxados e cabelos lisos negros. Ela namorou com Alex na temporada de abertura do futebol na cidade. Mas, com os times de outras escolas aqui, o namoro dela não terminou de maneira boa. Alex tinha encontrado um garoto do time adversário que também curtia garoto e os dois foderam lá mesmo no banheiro, não sei se Alex considera isso uma traição. Mas Anna com certeza sim.

O caso todo foi abafado por ela, que alegou estar cansada da imagem do Alex e estar a procura de outro amor.

Mas, acho que ela ainda o ama. Resultado: Ela me usa para tentar descobrir novidades sobre a vida sexual conturbada de meu irmão.

– Ei Elí – Ela coloca-se na janela do carro. Me lembrando um cãozinho – Tudo bem?

– Hey girl.

– Está indo para o colégio, não é? Quer carona? – Ela me pergunta, nem tento indagar como ela sabe da minha ida para a detenção.

– Quem está indo com você? – Tento abaixar meus olhos e enxergar a imagem alta e de óculos que estava atrás dela.

– Meu novo namorado. – Ela gaba de si mesmo.

Ótimo, agora sou transmissor para o Alex também?

– Não sei...

– Ah, vamos. Assim só vai chegar mais tarde lá. – Ela sorri novamente, escondendo seus olhos.

Concordo com a cabeça e caminho para a parte de trás do carro, abrindo, fechado e colocando o cinto de segurança.

Depois de me ajeitar no banco de trás, encaro a frente a fim de agradecer pela carona pelo suposto namorado. Vejo meu reflexo nos óculos ray-ban e um sorriso quase cintilante de tão perfeito. Eu já vi em algum lugar.

Olho para Anne e ela também sorri, de modo sincero, parecia até estar feliz por eu ter aceitado a carona.

Claro, ela quer que eu divulgue a noticia para meu irmão.

Volto meu olhar para o motorista e sorrio em resposta ao dele.

– Obrigado.

– Sem problemas, Elí. – Ele abaixa os óculos escuros e encontro olhos negros familiares. – Confortável ai?

Stefan.

Antes que eu possa fazer qualquer movimento para sair deste carro, ele da à partida e já estamos a caminho do colégio.

Apenas me acomodo naquele banco, que era super-confortável, mesmo. E rezo para que isso acabe logo e eu volte para a minha vida normal.

Não demorou muito e já estávamos estacionando na garagem reservada para alunos e os três saíram de seus respectivos bancos para enfrentar um dia de detenção.

– Então, guri, por qual motivo se junta aos problemáticos? – Stefan joga seus braços em volta de meu ombro e me puxa para perto dele. Meu corpo muito baixo se choca com seus ossos e músculos.

Olho para o lado e Anna nos encara com um sorriso divertido no rosto.

– Dormi na aula de historia.