A flor secreta

Papo furado

O  vento percorre as grandes árvores lá fora,elas balançam vagarosamente em conjunto uníssono,Talita abre seus olhos vagarosamente e percebe calmamente tudo em torno,parecia manhã de domingo,mas uma lembrança sombria começa a surgir ,tão logo quanto seus olhos podem focar o chalé.
Ela se lembra de ventania,do frio e da escuridão.
Algumas memórias sombrias se difundem no cenário tranquilo e suave,as lembranças vêm e vão caoticamente contrastando com o cenário preguiçoso e tranquilo do chalé.
Imediatamente ela se vê procurando por Sebastian,essa era a sua única urgência no momento e o desespero percorre seu peito.
Droga...
Procurando com urgência,Talita encontra Sebastian ao seu lado dormindo.
Agora ela se vê olhando para Sebastian, abre um sorriso e relaxa seu corpo,lá estava ele apenas de shorts à centímetros de distância,tão tranquilo e sossegado como um garotinho,como o garoto que ela vira na primeira vez.
Meu pescoço dói,espera...essa é a primeira vez que eu durmo no chão,também é a primeira vez que eu durmo em um chalé na floresta...Floresta...eu estava na floresta...gatinho ferrugem,Sebastian...eu me perdi?será que bati a cabeça e estou sonhando?bati a cabeça na floresta ou no jardim?Coroas e flores...
Sebastian começa a despertar ao seu lado se espreguiçando ruidosamente,ele dá um longo suspiro como alguém muito cansado ou que tem que se explicar sobre uma longa história, olha para a Talita um pouco incrédulo e vira para o outro lado,antes que Talita diga alguma coisa ,Sebastian se levanta.
     -Que bom que você acordou,achei que havia conhecido a bela adormecida no calabouço...como você está?
Talita olha boquiaberta,sem saber articular as palavras.
    -Eu estou bem...eu dormi muito? o que foi aquilo tudo?
Sebastian dá um sorriso torto,um pouco malicioso,mas depois fica sério de maneira bem rápida.
-Você quase hibernou,bom eu acordei e voltei a dormir.
-Mas e a floresta?Quer dizer você estava lá ,não estava?
-Eu sempre estou na floresta.
Talita fica irritada porquê aquilo era tão óbvio que a fazia parecer idiota e Sebastian sabia disso.
   -Você estava procurando o gatinho ferrugem...depois eu ouvi um uivo terrível na floresta,eu saí correndo em disparada em direção a floresta.
Sebastian a olhava com as sobrancelhas erguidas com cara divertida e não havia esperanças de que ele respondesse.
   -Olha, eu já estou cansada dessas histórias...quero respostas...Quero saber o que é tudo isso e  porquê disso tudo...e você sai ter que me responder!
Sebastian dá um passo pra frente.
   -Ótimo,sobre o que você quer saber?
Talita nem acredita que ele se rendeu e demora pra perguntar.
  -Tudo!sobre tudo...quero saber o que realmente aconteceu ontem,o porquê de eu estar aqui...que mundo é esse!
Sebastian demora um pouco pra absorver as perguntas confusas e responde:
-Bom,eu te deixei no chalé, depois você correu pra floresta,se perdeu e com o cansaço acabou adormecendo. Mas o que quis dizer com outros mundos?
Parecia que aquilo nunca tinha se passado pela cabeça dele,e Talita tenta se explicar,mesmo sabendo que sem sucesso e engole em seco:
-Você já assistiu o Horton e o mundo dos quem?-tenta ela,sem pensar em algo melhor.
   -hum,não.
Aquilo seria difícil,mas Talita tenta mais uma vez com um fio de esperança:
   -Bom,existe uma história que fala sobre uma menina chamada Alice...
   -Eu conheço essa história,o que tem ela?
   -Ela entra em uma toca de coelho...
   -Sim,eu sei.Aonde quer chegar?
Talita vê que ele está perdendo a paciência e decide terminar com aquilo.
   -Digamos que eu seja a Alice é que esse mundo seja pra onde ela está indo.
Sebastian dá uma gargalhada:
   -Hahaha, meu Deus! você é hilária,você deveria escrever um livro...-depois ele para e olha em seu relógio -Bom,acho que você tem bastante tempo pra fazer isso, eu,no entanto,tenho que ir...
  -Espera,aonde você vai?
Sebastian já está na porta e diz dando dê ombros:
   -Pro calabouço,pra onde mais eu iria, Alice?-E ele sai do chalé sorrindo,batendo à porta atrás de si.
   -Espera!ainda não ter...-Tenta dizer Talita,sem sucesso.
Mas que droga!