A flor secreta

Pequenos trabalhadores

Talita olhava Sebastian se afastar do chalé,ficou parada olhando ele e depois seu olhar passou a encarar a floresta enquanto perdia Sebastian de vista.Era um dia bonito,pensou em ficar no chalé ,mas parecia entediante ali dentro,parecia confortável demais e ela estava agitada demais para encarar o tédio.
Começou a sair do chalé levando um balde de ferro um pouco pesado para buscar água,era uma excelente desculpa,ela imaginava. No começo não sabia por onde caminhar,depois pensou em ir para o lado oposto do qual Sebastian fora pois encarar o calabouço novamente parecia horrível para o começo de um novo dia. Começou a seguir para o lado leste, e foi caminhando e se embrenhando cada vez mais na floresta,depois de um tempo caminhando percebeu que estava perto de um riacho,começou a achar engraçado aquilo mas vinha a calhar,ela precisaria da água ou Sebastian precisaria.
Enquanto se aproximava começou a ouvir uma conversa, era tão baixinho o som que imaginou serem crianças conversando escondidas e amedrontadas,começou a se aproximar devagar e depois de chegar perto,mas não muito,apenas o suficiente para ver o que se passava,começou a observar o que acontecia.
A cena que Talita presenciou era ao mesmo tempo engraçada e misteriosa.
Sete pequenos gnomos estavam dispostos a beira do riacho conversando,quatro deles estendiam uma rede no riacho,o que parecia difícil para o tamanho pequeno deles,um outro segurava uma grande cesta de palha esperando pelos peixes,enquanto uma senhorinha gnomo trabalhava no que parecia ser outra cesta de palha.O gnomo mais velho observava a curiosa cena alimentando o que parecia ser seu pequeno mascote, um rato.
Talita começou a ouvir o que parecia ser uma discussão:
   -Porque os mais novos tem que fazer sempre o trabalho mais pesado?-Dizia o pequeno gnomo que segurava a rede,sacudindo-a mostrando impaciência.
   -Pfff,até parece reclamão,você só tem 150 anos e ainda é o mais velho entre nós ,mas são míseros 20 anos de diferença -dizia o outro que segurava a rede também.Talita começou a imaginar que ambos os quatro eram irmãos ali.
Outro dos quatro começa a sacudir a cabeça:
  -Idade? Que diferença faz? São só mais anos e anos de trabalho...-diz um terceiro,enquanto os outros olham para ele com um olhar de chateação,aquilo parecia óbvio e ninguém queria pensar naquilo.
Agora o que está segurando a cesta dá um pigarro e diz:
  -Grande coisa ser tão poderosa e dona desse reino se não sabe criar seus próprios peixes,grande coisas aquelas criaturas feias,inúteis e babonas...
-Xiiiiiiiu!!!-reprova a senhora gnomo-Todos estamos trabalhando aqui,não pensem que eu não estou!
-Mas o papai não está -diz o outro emburrado.
O gnomo mais velho certamente o pai,diz:
  -Estou preparando o nosso rato,precisamos de um transporte ágil comparado a lerdeza  de vocês,ah se eu conseguisse aqueles ágeis esquilos que outrora carregavam imponentes gnomos da Antiga era que...-e assim começava a contar seus feitos de guerra, de como tinha derrotado furões saqueadores,o que parecia bem entediante para os pequenos gnomos que sabiam decorado e salteado as histórias do pai.
Logo em seguida eles sentem um grande puxão na rede e um ou dois gnomos caem tentando segura-la,rapidamente o pai vem em socorro tentando ajudar a segurar a rede,ele também cai na água perdido,mas levanta rapidamente e amarra a rede no pequeno rato que puxa a rede junto com os pequenos gnomos.
Então é assim-;pensava Talita;-é assim que ela consegue os peixes.Após observar os pequenos gnomos por um tempo Talita desiste de ficar ali,eles trabalhariam por um longo tempo e Talita sentia que tinha o dever agora de pegar água após olhar todo o grande esforço dos pequenos gnomos.Ela queria ajudá-los mas sabia que eles se assustariam,então saiu caminhando junto ao riacho tomando cuidado para que eles não a vissem.
Depois de uma boa distância,Talita se encaminha para o riacho entrando na água e começa a encher o balde,quando vê um feixe de luz na outra margem que se parece como uma aparição no reflexo da água.