A flor secreta

Long day, long night.

Talita estava encarando a porta alta do chalé,Sebastian destrancava o ferrolho da porta velha e rija.
A porta se abre...
Escuro.
Talita só pode ver sombras e não pode imaginar o que há lá dentro,tudo é misterioso e confuso. Nunca se sabe onde seus pés vão a levar novamente...Sebastian a encara lentamente e entra no chalé com seu lampião aceso, vai entrando no seu chalé , joga sua jaqueta em algum lugar . Talita observa tudo da porta , ainda não entrara, ele começa a molhar alguma coisa com uma garrafa grande lá dentro e risca um fósforo , que novamente ilumina sua face de relance.
Talita percebe que Sebastian parece mais velho , talvez mais maduro , mais robusto. Fica imaginando como aquilo poderia ser possível, se Sebastian tivesse que carregar aquele latão novamente , no aspecto fisico que estava agora , poderia carrega-lo tranquilamente.
Nesse relance de pensamentos uma grande chama se acende no chalé , Sebastian havia acendido uma lareira.
Sebastian fica encarando o fogo retorcido que solta suas labaredas em uma dança sinuosa.poderia até ser aconchegante mas estava bem longe de ser.
Agora Talita consegue ver , ainda fora do chalé, as coisas que estão lá.
Tudo é de madeira e simples, tudo parece ter sido feito a mão ao longo de muito tempo, ainda que seja de aparência rudimentar, sua madeira e peças de móveis são nobres e até apresentam um brilho antigo. Apesar de ser rudimentar ainda poderia ser chamado de aconchegante, pelos de caça estão por toda parte nos tapetes e nos acentos, a lareira apenas pode iluminar o que para Talita parecia ser uma sala e um pouco mais ao fundo , mas Talita não pode distinguir o que está por lá.
Talita ainda não havia percebido que Sebastian a observava , agora Sebastian parece ouvir alguma coisa que o deixa um pouco nervoso e se aproxima de Talita e diz:
-Eu preciso procurar o gatinho Ferrugem espero que nada tenha acontecido com ele .
-E-eu posso ajudar , se quiser...e-eu...-diz Talita, tentando parecer útil ou querendo se esquivar do chalé, quem sabe.
- NÃO !!! -diz Sebastian alto. E em seguida diz: -Quer dizer , vou sozinho.
-Ok.
Sebastian vai saindo do chalé mas antes de sair para e diz:
-Escute, apenas se mantenha alerta, entendeu ?
-você vai demorar bastante? -a ideia de ficar ali sozinha também não a agradava.
-Vou , o gato é arisco, bom acho que isso você já pode imaginar -diz Sebastian ,limpando suas mãos.
Talita acha aquela explicação muito ,mas muito esfarrapada e fica desconfiada , mas aquele dia já estava sendo muito longo e preferiu não fazer mais perguntas.
   -Tem alguns pedaços de pão em uma bolsa de couro perto da lareira há também agua em um latão por perto pode usa-la para beber e tomar banho , esquente a agua na lareira se precisar,  não queremos uma pneumonia por aqui hoje.
Agora Sebastian falava como se fosse seu pai , ótimo!
  -Estarei por aqui em breve, darei três toques na porta e você saberá que sou eu, abra quando estiver pronta.
Já ia saindo quando se voltou e disse:
  -Nunca, jamais confie nessa floresta.