A flor secreta

Diana;a ruiva-Um pacto sombrio

Quando a noite se faz presente o rei se encaminha para o poço abandonado,a noite estava palpitante na floresta,as corujas faziam seus barulhos,as aves voavam,o rei conseguia ouvir seu arfar como se seu pulmão estivesse conectado aos seus ouvidos.
Sentir a floresta mas nunca estar dentro dela,nunca,nem de dia nem de noite.O rei se sentia clandestino no seu próprio reino,caminhando ao lado da floresta sombria sem nunca conhecê-la.
O poço era a divisória tristonha e apagada entre o reino e a floresta,o rei começava a temer não somente pela sua vida,mas parecia que algo mais intrínseco do seu ser estava em jogo.
Ouvia as palavras do andarilho na memória:"Pobre homem,mal sabe que seu destino já foi traçado pelas amaldiçoadas Moiras"
Aquelas palavras tão convictas pareciam uma sina cada vez mais que o rei se aproximava  do velho poço. Já não sabia mais o que fazer,por onde escapar, não tinha escolha.
Diana era a chave para o sucesso,ela juntaria os dois reinos,fundiria ambos em um só,haveria um vasto poder para ser governado e quem melhor para governa-lo do que ele próprio?
O rei divagava sozinho na escuridão da noite: Diana irá se casar com o futuro rei e imaturo Amadeu IV ,aquele casamento já estava determinado antes do seu nascimento.
Mas como farei isso minha doce amada ...?Perguntava o rei aflito para seu esposa já morta.
A floresta faz mais barulho,o rei se lembra dos rostos que caçoavam dele no reino,a vergonha,dor, o ódio...
O rei começava a ficar furioso pela sua falta de controle:
Esse casamento tem que acontecer...,nem que depois seja necessário matar todos que comandam aquele reino...
...matar sim,matar todos...
Pensa nisso e já avista o poço solitário no horizonte.
...
Após pensar isso tudo o rei chega ao poço já determinado a seguir com o plano que elaborou em sua mente,era só necessário adentrar na floresta.O rei já se sentia vitorioso,carregava consigo todos os produtos esotéricos da lista,era só preciso esperar.
...
Na penumbra escura se aproximam vagarosamente como emergidos da floresta sombria espectros envoltos em capas pretas,o rei consegue distinguir três dessas singulares criaturas,o rei se abaixa medroso e mostra que traz os produtos nas mãos. Um daqueles seres se aproxima sorrateiramente,sua capa dava a visão de levitação,pareciam todos fumaças negras com pretensões obscuras,suas mãos pálidas e de aspecto moribundo alcançam o pacote e aguardam que o rei fale.
O rei percebe que será preciso falar :
    -Oh seres invocados das sombras, criaturas da agitada noite,perdoem minha imprudente astúcia,trago o peito amargurado por falta de uma filha...perdoem esse pobre velho solitário,amargamente humilhado pelos estupidos rebeldes...
A sombra escura mais próxima se impacienta e diz:
   -Pra que me invocaste?responda em absoluto.
O rei sem pestanejar diz:
   -vingança.
Uma fumaça escura se excita com as palavras e envolve o rei e as sombras
  -feche os olhos-diz gravemente a sombra noturna.
Com um leve toque da criatura sobre a testa preocupada de um rei,as coisas todas se perdem pela floresta,o rei sente vertigens e alucinações,as visões parecem girar como uma roda, a roda de visões gira freneticamente na cabeça entorpecida e passiva do rei,o rei vê toda sua vida em lembranças desconexas todas fermentando seu ódio,sua desgraça.
O rei acredita que vai morrer quando imagens da floresta nunca dantes vista perfuram sua mente junto com suas lembranças...logo,logo as imagens vão parando de girar e se parecem mais como engrenagens conectadas que lhe dão respostas,motivos e ideias para seu plano diabólico...
O rei acorda,
está estirado no meio da floresta.