Barfrey
Estava a observar aquela conversa e a tentar não desatar ás gargalhadas... Eles são tão ingénuos, que chega a meter impressão.
Talvez se pusessem a cabeça a funcionar facilmente chegavam à conclusão que eu cheguei.
Meu deus... o que estou aqui a dizer, eles não tem culpa...
Estou a sentir o meu rosto aquecer enquanto eu falo com a Eleanor. Eu sei que estou a falar mas nem sei o que digo e a este ponto, já nem sinto o meu corpo.
Quase que abandonei o meu corpo para me ver a comunicar com a menina de olhos azuis à minha frente, ela estava com um olhar confuso, e algo assustado. Olhei para "mim", os meus olhos esquisitos estavam mais esquisitos, quase como se tivessem chamas.
Sorri. Quer dizer, sorriu. Quer dizer, o meu "eu" que não sou eu sorriu.
Senti-me a ser puxado de volta a mim, com toda a rapidez, e assim, o sorriso de desvaneceu, as chamas apagaram-se e eu virei as costas aos meus companheiros.
Andei um pouco, apenas o suficiente para estar um pouco afastado.
Não sei o que se passa comigo, já não me sentia assim fazia anos, e quando me sentia assim era apenas por uma coisa...
Contorci-me de dor e cai no chão. A minha barriga rasgava-se, ou pelo menos parecia, e todos os meus gritos eram silenciosos.
Esta presença não me era estranha e era sinal de um mau presságio.
"Apaguei" por uns momentos com a cabeça a doer, e encostei-me à árvore onde a sombra me protegia mais.
- Mano, tu andas mesmo tapadinho pela moça, não é assim?
Esta voz... Não pode ser.
- Ora, então já não me dizes olá? Também tive saudades tuas Barfrey.
Olhei para o meu irmão gêmeo, cheio de desprezo e ódio neste olhar.
-Jason.
- Oh, já não te lembravas da minha inocente existência, Bar?
- Inocente, dizes tu... como conseguiste encontrar-me? - perguntei.
- Sabes, é tudo bem mais fácil quando se consegue voar. - Afirmou, sarcasticamente. - Não sentiste a minha presença?
Uma pontada de dor trespassou-me a cabeça. Fechei os olhos com força e respirei fundo.
- Acho que senti bem demais. E a minha personalidade também. - Disse a custo.
- Que bom. Que bom. Mas bem, sabes que não viria sem razões. - sorriu.
- Ai é? Qual é a ocasião desta vez?
- Eles. - Disse Jason, indicando o resto do meu grupo. - Até não tens mau gosto em raparigas, meu. - Riu fitando El.
- Deixa-os em paz. Eles não tem nada a ver com isso.
-Ahhh Barfrey, Barfrey, sempre em defesa dos inimigos... era bem mais fácil se não o fizesses. Não teria de fazer isto... - Fui a tempo de observá-lo a pegar o seu bastão e a dar uma pancada seca no chão.
Fui puxado com toda a força para o interior do seu bastão.
- Agora não incomodas ninguém. - Um riso maléfico ecoou no interior do espaço vazio em que me encontrava. Conseguia ver tudo mas, não conseguia intervir em nada.
A Eleanor aproximou-se de Jason, ignorando o que se passara.
-El... Desculpa por à bocado... não sei o que se passava comigo... - Disse ele.
- Está tudo bem Barfrey, vamos junta-te a nós... temos de estar unidos.
Eleanor sorriu e afastou-se.
-Ai menina... nem sabes o que vos espera. - Sussurou ele.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Dream Catcher - Realidade Alternativa
FantasyEleanor é uma rapariga de 16 anos que se depara com esta pergunta após estranhos acontecimentos, objetos presentes nos sonhos aparecerem no seu quarto, começar a "viver" demasiado os sonhos. Mas tal não acontece só com ela. E se os nossos sonhos não...