Sinto-me quase numa missão. Para as outras pessoas talvez a minha "caçada" não faça sentido, mas tornou-se a minha razão de viver.
Quando dei por ela, partes deste mundo já tinham desaparecido, engolidas por buracos negros que surgiram do nada. Quase como um truque de magia ou o fim do mundo. É isso que quero e espero evitar.
Estou bastante absorvido nos meus pensamentos, tanto que me isolei do grupinho do Barfrey. E, se me quero integrar tenho de me manter mais ou menos no comportamento normal do meu irmão.
A tal rapariga, Eleanor, está a tentar passar-se por forte, mas está com tanto medo como os outros. Provavelmente porque se forem apanhados sabem o fim que terão.
- Então, acho que devemos continuar a andar até encontrar-mos algum tipo de civilização, alguma cidade ou aldeia, pelo menos um sítio onde exista comida e abrigo. E de preferência camas, estou farto de passar as minhas noites no chão. - Disse o tal de Adam.
Todos pareceram concordar. Levantaram-se e começaram a dirigir-se para norte (creio eu), decidi então segui-los.
Adam ficou para trás, e começou a acompanhar-me.
- Não sei quem pensas que és, mas juro-te que se tens outro desses ataques de raiva ou sei lá o que, eu te parto a cara toda ok? - Dizia, fitando-me, bastante sério. - Não sei se tu reparaste mas, o Dante acabou de perder os pais, as miúdas estão confusas o suficiente e precisamos de tudo menos de um idiota bipolar como tu, entendido?
- Entendido. Não volta a acontecer. - Disse.
- Espero que não.
Avançou para os restantes, suavizando a cara à medida que se aproximava. Este devia de ter a mania que era grande, o que não é mentira, o rapaz deve de ter uns 2 metros e meio, mas digo que se acha muita pessoa para o que é.
Estava outra vez absorvido nos meus pensamentos quando ouvi gritos mais à frente.
O tal de buraco negro estava a aproximar-se de nós a alta velocidade, eu corri o máximo que pude até o momento que até eu fui engolido pela escuridão.
Gritei o mais que pude, não que isso fosse mudar alguma coisa. Os nossos gritos em conjunto pareciam não ter vim e o terror que me inundou quando senti o solo duro nas minhas costas foi enorme. Não faço ideia de onde nos encontramos, isto não estava de todo nos meus planos.
Fiz uma bola de luz aparecer no meu bastão, o suficiente para me situar.
Haviam rochas de todos os tons de cinzento e mais alguns e lá ao fundo, o som de água a embater contra estas, desgastando-as tanto que as mais próximas já quase nem existiam.
Procurei pelos outros, para os encontrar inconscientes perto da água. Isso passava-lhes.
Penso que agora tenho apenas de os odiar secretamente. Como se diz "mantém os teus amigos perto e os teus inimigos ainda mais perto."
Decidi dar uma volta pelo sítio, era fácil de encontrar o local onde nos deixamos cair, era provavelmente o único sítio onde ainda existia um único raio de sol.
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Dream Catcher - Realidade Alternativa
FantasyEleanor é uma rapariga de 16 anos que se depara com esta pergunta após estranhos acontecimentos, objetos presentes nos sonhos aparecerem no seu quarto, começar a "viver" demasiado os sonhos. Mas tal não acontece só com ela. E se os nossos sonhos não...