Ciclovia

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Como a vida é feita de ciclos, 
é via para rodas sem rodeios. 
Abre-se o destino,
segue o fim do caminho.

Kilômetros, horas e minutos. 
Os segundos do relógio, 
o tempo do cronômetro.
É só caminho alguns quilômetros à distância.

Há tempo 
para correr, 
ultrapassar e deslizar.

Faz tempo que Alberto não escreve, 
Mariana vive a chorar. 
Parece que foi hoje que ela o viu
pedalar, embora retirou-se,
ao léu com Cristo ficar.

Os olhos pálidos e tristes não escondia 
o terror de estar sozinha e chorando 
disse aos filhos que tudo iria mudar.

A ciclovia é terra, 
é pedra, 
é brita...
Dos buracos desviados
disparado não viu-se o carro

Era Gol, 
não de placa, 
o qual matou
um Alberto,
um ciclista,
o corredor.

A via pintada de vermelho 
é palco de mais uma morte 
do azar de quem está na fuga
da família,
do dia-a-dia.
É mais um que iria,
desesperado e desatento
por uma ciclovia.

FELIPE DURÁN THEDIM

Sangue DouradoOnde histórias criam vida. Descubra agora