Na noite em que Marielle morreu eu conversava com uma amiga que fazia parte do coletivo Mulheres negras na política. Ela me mandou a foto de Mariele e me dizia estar apaixonada por ela pois acompanhava toda a trajetória desta na vida acadêmica e militância política. Em respeito ao luto da família e de amigos próximos não escrevi nada sobre o episódio a fim de não pegar carona na desgraça alheia e fazer uma devida homenagem a essa importante mulher carioca.
Ante todo caos
um sorriso lindo infesta uma foto. Infesta com alegria uma incerteza do amanhã da violência que nos avassala da mente ruim que me é irmã.
Uma foto na noite anterior, um elogio desconhecido que horror ! Quanta coincidência ruim mais uma semente plantada
por causa da falta de amor.
Não há palavras para o fim,
no escuro te escrevo para praticar a surdina em que ser correto é subversão,
é fruto de uma caretice hipócrita
que se entope de álcool e aspirina.
A festa de uma elite que diz que sou louco pois yo non soy feliz.
Que bate no travesti,
vai a Paris colocar panos em suas carecas,
anda ereto como robô,
publica o liberal mas nada quer liberar
toma pescotapa e não é a Patrícia Pillar.
Qual é o Brasil que você quer ?
Para mim no poder mais mulher
bolas já tenho duas
e poucas as tocaram, bota fé ?
FELIPE DURÁN THEDIM
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Sangue Dourado
PoetryO livro reune poesias feitas por Felipe Durán Thedim sobre a vida na cidade de Dourados localizada no estado do Mato Grosso do Sul que abraça quem vem de todos os cantos do país tanto para estudo como a trabalho.
