A bicicleta

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A preguiça toma conta dos quadros e 
ela não vem me buscar. 
A chuva caiu e como estou presa me molhei.
Atrelada às grades da prisão que
chama-se eu mesma sinto a chuva
mas sem vento,
sem o asfalto
somente alguém sentado que me olha e
escreve.

De uma vida sem propósito tenho medo, 
de ficar parada sem o horizonte conquistar. 
É triste e frio sem seus pés para me
aquecer, somente o sol que racha os pneus
e as lágrimas de Deus que caem pois você não volta,
há quem se importa,
não vá esquecer!

Na terra de ouro, o vermelho do chão é dono. 
De sangue e argila, saibro e suor ele se fez
para hoje eu flutuar, pelo menos mais uma vez.

Traga a chave do seu coração e siga em
minha direção, 
abra o cadeado
outrora fechado por você minha guardiã,
parceira das caminhadas
movida por parecida motivação,
a de se mover,
sentir o estar vivo
e que por pouco pode morrer.

A estrada é lotada de perigos e vestígios, 
das curvas sinuosas, 
do horizonte constante.

Os carros passam em alta velocidade, 
o perigo do volante instável, 
o tanque cheio de gasolina
para seu coração queimar
é pouco para mover o céu em riscos
e a seu destino o meu coração guardar.

FELIPE DURÁN THEDIM

Sangue DouradoOnde histórias criam vida. Descubra agora