O pito

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- Ô gaúcho ! Tem como você me dá um cigarro ?

 - Ô e esse jogo ae ontem heim...Posso dar um pito ? 

- Só um pito, quem é fumante sabe como que é. 

- Eu tenho em casa...é que esqueci e não minto. 

São tantas escolhas, 

só por hoje não tenho o dinheiro do vício,

 tanto empecilho.

Sem arrepio digo o que não sinto, só vejo verdade em acender,

 de riscar fósforo, 

flamar o pito. 

Os pousos de bar em bar são para achá-las, 

nunca mais as senti,  

elas exalam o odor de rosas, onde estão ? 

Um homem que vive à procura de Cartola 

"um sorrir pra não chorar" 

vagante pela rua embebida da noite a boemia. 

A vida envaidecida,  punjante, falecida... 

Repousa a alma depois da última dose 

e por fim o pito, 

agora sem apito pois todos queremos dormir.

Elas te esperam, com cheiro de rosas.

  

FELIPE DURÁN THEDIM

Sangue DouradoOnde histórias criam vida. Descubra agora