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- Pai! – Gritei enquanto corria para abraça-lo.

- Parabéns, meu filho. Bonitão, hein? – Falou me abraçando e desgrenhando meu cabelo.

- A gente faz o que pode. – Sorrio. – Vai ficar quanto tempo?

- Eu vou conversar com a sua mãe e depois falo disso com você. – Falou e encerrou o assunto.

- Tudo bem!

- Aqui o seu presente. – Falou me entregando as chaves de um carro.

- Não acredito! Pai, é meu? – Perguntei olhando para o carro que estava do nosso lado, com a empolgação nem o notei direito. – Mas eu nem sei dirigir.

- Eu posso te ensinar, ué.

Minha mãe e Zayn nos olhavam da porta de casa. Minha mãe com um sorriso no rosto e Zayn com uma expressão que eu não consegui decifrar. E naquele instante, eu me toquei e me veio um frio na barriga. Será que o meu pai iria aceitar?

- Pai, precisamos conversar muito sério. – Falei mudando de expressão.

- Tudo bem, vamos entrar.

Eu podia notar a aflição no rosto de Zayn enquanto entravamos em casa. Seu olhar era tipo: o que vai acontecer? E eu simplesmente não sabia responder sua pergunta. Meu pai sempre se mostrou uma pessoa não preconceituosa, mas eu não sei se ele reagiria da mesma forma quando o assunto em questão é seu filho. Eu e Zayn conversávamos apenas pelo olhar enquanto meu pai conversava com sua esposa.

- E quem é esse? – Perguntou meu pai se referindo a Zayn.

- Meu nome é Zayn, senhor, eu sou o vizinho que mora na casa em frente. – O olhar amedrontado.

- Pai, é sobre ele que temos que conversar, depois que a gente esclarecer tudo, você vai saber quem ele é. – Murmuro.

- Você está me deixando nervoso, Liam. – Resmungou.

- Vamos para o meu quarto, assim podemos conversar melhor. – Falei o puxando.

- Filho, será que eu não deveria ir junto? – Pergunta minha mãe aflita.

- Acho melhor não, mãe, eu e meu pai devemos ter essa conversa a sós. – Disse determinado.

Já em meu quarto, contei tudo ao meu pai, desde o fato de eu ser bissexual até o fato de eu estar namorando o Zayn. Ele ouvia tudo atentamente, depois que eu terminei, reinou um silêncio absoluto naquele quarto. Acho que ele estava digerindo tudo, afinal, é muita informação para um momento só. Depois de séculos ele começa a falar.

- Olha, filho, não é a melhor coisa do mundo saber isso, mas você é meu filho, não é? A única coisa que eu tenho que fazer é aceitar, eu sei que se eu não aceitasse, nada iria mudar, né?

- Não, não iria. Eu amo o Zayn e ele me faz feliz. – Os olhos cheios de lágrimas.

- Então se você está feliz, não tem porque eu me opor ao que te faz feliz. Eu sei muito bem como é amar alguém e não poder estar perto, não poder dizer para a pessoa que você a ama todos os dias de manhã ao acordar. Eu sei como é ruim. Foi por isso que eu voltei, eu voltei para ficar. Eu quero estar ao lado da sua mãe e ao seu lado. Eu estou ficando velho, e o melhor lugar do mundo para envelhecer é ao lado da minha família.

- Que bom que você voltou, pai. Eu te amo, amo por me aceitar do jeito que eu sou e por me deixar ser feliz ao lado de quem eu amo. – Falei o abraçando. As lágrimas já caiam pelo meu rosto.

- Eu só quero agora que ele venha falar comigo, afinal, ele quer ficar com a minha coisa mais valiosa. – Falou com tom de macho alfa.

- Ah pai, você falando assim me faz parecer a filhinha do papai quando dá o primeiro beijo. – Começo a rir.

good for you (ziam mayne)Onde histórias criam vida. Descubra agora