Boa tarde! Gostaria de fazer um pedido pra quem tá acompanhando: se vocês quiserem dar qualquer dica, sugestão ou crítica construtiva, eu agradeço e aceito de coração. Essa é a minha primeira história e quero fazer o possível pra que ela fique muito boa e gostosa de se ler.
Boa leitura!
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Quando chegamos na mesa, Dadá fez aquela cara de "sua vaca sortuda" que só ela sabe fazer. Marissa provavelmente viu a vergonha na minha cara e tentou me ajudar:
- Bom te ver de volta, Cinderela. Ainda bem que deu tempo do príncipe te trazer de volta. - viu? Eu disse que tentou, mas ela falhou miseravelmente.
- Boa noite, senhoritas. Aisha está entregue. Aproveitem o fim de semana. - e saiu pra buscar os subordinados no bar. Ele tinha razão, os "garotos" se comportavam como adolescentes. E eu fiquei ali, com cara de quem não tá acompanhando nada.
- Pode começar a falar ok? Quero todos os detalhes, até o menor deles. Apesar de você estar muito fofa com essas bochechas vermelhinhas, eu sei que você gostou, tá? Anda menina, fala!
- Se você me deixar falar eu falo. - e comecei a contar tudo, desde o aparecimento do Max até a dança com o Rafa, quase que em um fôlego só. Peraí, Rafa?
- Vamos por partes, amiga. O Max veio atrás de você e o marinheiro...
- Capitão-tenente, marinheiro é o iniciante.
- Que seja. Aí o gostosão que tava de olho em você aproveitou a oportunidade pra entrar no jogo quando viu sua cara de donzela em perigo, certo? Mas você é uma pilantrinha mesmo. Com dois bonitões na sua e nem pra tirar uma casquinha. Ele te beijou pelo menos? Porque com aquela boca, minha filha, ele tem que no mínimo beijar bem.
- Beijo na mão conta?
- MAS É CLARO QUE NÃO! - disse Marissa. - Você é tonta assim mesmo ou fez cursinho? Pra contar tem que ser na boca, tolinha.
- Marissa! Cuidado com as palavras, elas podem machucar. Já tivemos essa conversa antes, lembra? - Andrea resolveu interferir. Dei a ela o melhor olhar de obrigada que eu pude.
- Amiga, vai com calma. Dá pra perceber que a Aisha tá ficando constrangida. - Liz tentou apaziguar.
- Olha só, eu e minha preta não vamos ficar aqui escutando suas grosserias, ok Mari? Quem você pensa que é pra falar assim com ela? Conheceu ela não tem nem 1 hora e vai ficar dando patada? Se manca garota! Esse seu mau humor só pode ser falta de macho. Desde de que aquele traste do Marcelo te largou você tá assim. Toca sua vida, sacode a poeira e para de querer transformar a vida dos outros num inferno só porque a sua tá uma merda. Vamos Aisha. Em casa a gente conversa melhor. Tchau Andy, depois eu te mando mensagem no Whats tá? - Dadá falou colocando a bolsa no ombro, com a cara vermelha de raiva. Me despedi da Andrea da Liz e da Marissa, apesar da grosseria, saí da mesa e dei o braço pra minha amiga, andando com ela pro estacionamento.
- Dadá, se acalma. Eu nem levei a mal o que ela disse. Você sabe que eu não sou muito ligada nesses assuntos, mas ela não. Fica de boa ok?
Ela é assim, absurdamente passional quando quer defender alguém. O trabalho na defensoria dos direitos da mulher lá na Fundação se encaixa nela como uma luva. Nessas horas eu sinto muito orgulho da minha amiga.
- Não dá, cara. A Mari precisa enxergar que não existem motivos pra tratar mal as pessoas ao redor dela só porque ela tá emocionalmente machucada, ela não tem esse direito, não tem.
- Eu sei, mas não vale o stress. Vamos pra casa e lá eu te conto o que você quiser.
- O que eu quiser? Tem certeza? - Ela vai me virar do avesso com as perguntas dela, mas o que não fazemos pelos amigos né?
A essa altura o no passo corrido em que a Dadá estava, chegamos no estacionamento. Eu já estava abrindo a porta do carro quando escutei uma voz forte chamando meu nome:
- AISHA! Espera aí, você esqueceu uma coisa!
Daciana olhou pra mim e deu um sorrisão. Aquela era a voz que ficou sussurrando perguntas no meu ouvido enquanto a gente dançava. Olhei pra ela em busca de apoio, e o que ela fez? Entrou no carro e disse:
-Vou deixar as janelas abertas pra escutar o seu romance.
Rafael chegando mais perto e falou:
- Você esqueceu seu celular na mesa, a menina do cabelo ruivo me pediu pra te entregar. Disse que eu com certeza chegaria aqui mais rápido que ela. - Ele estava meio ofegante, como se tivesse dado uma corridinha. Acho que ele nem notou que a janela do carro nada chamativo atrás de mim estava aberta e Dadá ouvia tudo.
- É, hum, obrigada. De novo. Foi a Andrea que falou contigo. - peguei meu celular das mãos dele e guardei na minha bolsa. Sorri meio sem-graça. - Você aparece nas horas mais certas.
- É verdade. Isso podia se tornar um hábito. Não me importaria de ajudar uma moça tão bela como você outra vez. - falou pegando minha mão que não estava segurando a bolsa e depositou um beijo no nó dos dedos. É sério gente, essa de se arrepiar é comum mesmo? Parece que isso só acontece quando ele tá perto. Dadá deu uma gargalhada dentro do carro que nos deu um susto.
- Continuem, por favor. Podem fingir que eu não estou aqui. Vocês são tão fofos...
- Desculpa Rafael. Ela é assim mesmo.
- Sem problemas. Posso te perguntar uma coisa?
- Faça quantas perguntas quiser.
- Posso pedir uma coisa como agradecimento por ter te salvado de novo?
- Pode, se estiver ao meu alcance. - Me segura Jeová, tô morrendo aqui!
- Você aceita sair comigo qualquer dia desses? Eu falei sério quando disse que você é muito doce e que queria te conhecer melhor, Aisha. E então?
Gente, queria estar viva, porque morta eu já estou.
-Ela aceita sim, moço. Semana que vem ela marca com você, porque os fins de semana dela são meus ok? - Dadá vendo minha falta de reação e minha cara ralada por bater no chão se meteu na conversa. De novo. Mas obrigada mesmo assim, te amo mulher!
- Longe de mim afastar sua amiga de você. - falou pra Dadá e virou pra mim segurando meu queixo e me encarando com aqueles olhos lindos - Tudo bem por você, Aisha? Meu número está no cartão dentro da capa do seu celular.
- Tudo bem. É, bom, eu falo com você sim. Você tem whatsapp?
- Tenho, é esse número mesmo. Vou ficar aguardando você.
- Vou vomitar um arco íris daqui a pouco. Sério cara, dá logo um beijo nela!
Quanta sutileza, Daciana. Delicada igual a um coice de mula. Rafael riu.
- Então até mais, minha menina? - MINHA? Assim meu coração não aguenta.
- Acho que sim. Boa noite e aproveite bem suas férias.
- Boa noite. Tenha bons sonhos. - Rafael segurou meu rosto e me deu três beijos. O primeiro na raiz do meu cabelo, o segundo entre as sobrancelhas e o terceiro na boca.
E foi assim que eu dei o meu primeiro beijo de toda a minha vida. Não foi nada romântico ou avassalador no estilo 50 tons de cinza. Foi um beijo gentil e calmo, e eu não vou mentir: Daciana tinha razão.
Essa boca me deixou nas nuvens.
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O Marinheiro
RandomAisha não acredita que um dia possa ser amada, Rafael procura alguém a quem ele possa dar todo o seu amor. Coube ao destino fazer com que seus caminhos se cruzassem, de uma forma que nenhum dos dois esperava. Poderá Aisha mergulhar no amor de Rafael?