CAPÍTULO 8

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Boa noite e boa leitura!

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Vocês não podem imaginar a minha surpresa ao acordar ouvindo uma discussão muito séria entre o Max e Rafael. Mas afinal de contas, como ele veio para justamente no centro de emergência? Olhei pro lado e Dadá estava de costas pra mim, tentando fazer com que os dois falassem baixo pra não me acordar. Logo ela que acordou metade dos pacientes me procurando mais cedo.

- Pelo amor de Deus, calem a boca vocês dois! Vão acabar acordando ela!

Nesse momento o Max olhou pra mim e viu que eu já tinha acordado. Empurrou Dadá pro lado e parou do lado da maca.

- Aisha!

- Por favor se retire do meu consultório, Rafael, o exame da paciente só pode ser feito com uma testemunha mulher na sala. Sua presença aqui é completamente desnecessária.

- Vamos capitão, eu fico de olho nela ok? Já falo com você lá fora. Confia em mim, eu sou a melhor amiga dela.

- Vou esperar você na sua sala, Aisha.

Max observou Rafael sair, soltando a respiração e olhando pra mim, ele disse:
- Como você se sente? Ainda tá com dor de cabeça?

- Não, eu me sinto melhor agora, só tô grogue porque acabei de acordar. Quanto tempo eu dormi?

- Tem pouco mais de uma hora que você acabou de tomar o soro. Preciso medir sua pressão de novo, me dá o braço.

Deixei meu pulso nas mãos dele enquanto esperava o resultado aparecer no visor. Deve ter sido bom, porque Max pediu que eu me sentasse.

- Sentiu tontura ao levantar?

-Não. Max, o que vocês estavam discutindo?

- Esses machos estavam disputando território, amiga. - se olhar matasse, Max teria acabado de cometer um crime contra Dadá - O Rafael ligou pra cá querendo falar com você. Como ele passou na filtragem dos antecedentes, o garoto que falou com ele contou que você tinha passado mal e que estava aqui na emergência. Ele veio correndo, mas a segurança não deixou ele entrar. Ele lembrou de mim e pediu pra me chamarem, aí como eu falei que conhecia o sujeito o guarda deixou ele entrar comigo. Mas o garotão aqui não queria deixar o capitão te ver. Foi quando começou a discussão e você acordou.

- Vocês sabem que a entrada de homens aqui não é feita sem autorização do paciente. Eu não poderia deixar que ele entrasse sem que fosse a vontade da Aisha. E no meu consultório sou eu que mando, entra aqui quem eu quiser. Agora fica quieta, preciso terminar de ver se ela está bem pra sair.

- Claro Doutorzinho, faça seu trabalho.

- Se continuar de gracinha a próxima a sair é você, Daciana.

- Parem vocês dois agora!

- Pode descer e sentar ali na cadeira. Você não pode ficar se alterando, princesa. Se acalme. - disse ele se sentando do outro lado da mesa e me entregando dois papéis.

- Essa aqui é a sua dispensa do trabalho. Pede pro Fernando mandar pra central da firma que contratou você. A outra é uma receita com um analgésico pra sua dor de cabeça e um relaxante muscular caso você sinta dores no corpo por causa do estresse. Qualquer dúvida meu telefone tá no verso da receita, pode me ligar ou mandar mensagem a qualquer hora. Não precisa se preocupar de me acordar, a residência me ensinou a acordar com qualquer barulho de eletrônicos. Alguma pergunta?

- Eu já posso ir?

- Pode. Vou levar vocês pro Fernando. Ele tá esperando vocês irem lá pra dar tchau. E a triagem toda quer falar com você e te desejar melhoras. Eles ficaram se revezando pra virem aqui me perguntar se você já tinha melhorado. - ele segurou minha mão por cima da mesa. - Você não tá sozinha, amor. Seja lá qual for o seu problema, não esqueça que tem gente disposta a te ajudar.

O MarinheiroOnde histórias criam vida. Descubra agora