A VOLTA DOS QUE NÃO FORAM

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No momento em que levantei minha espada apareceram cinco vampiros na nossa frente. Não sei de onde vieram, mas eles eram muito rápidos e tiraram nossas armas de nossas mãos.

- Vocês não acharam que eu estaria sozinha, acharam? - ela deu um sorriso triunfante. - Não quero saber de nenhuma gracinha. Se alguém gritar ou tentar alguma coisa todos vocês morrem.

Depois que ela disse isso os outros vampiros nos atacaram, foi uma confusão. Clary e Kelsey estavam do meu lado e eu precisava proteger elas. Lembrei da adaga que eu sempre escondia, em uma espécie de bolsa, nas costas. Lentamente, levantei minha mão até a cabeça como se eu estivesse me rendendo. Olhei para as meninas esperando que elas entendessem que eu tinha um plano. Felizmente elas entenderam e levaram as mãos a cabeça também.
Eu só tinha uma chance. Respirei fundo mantendo o foco nos vampiros ao redor. Em um movimento rápido e ágil eu peguei minha arma com muita facilidade e graças a ideia da Kelsey de passar água benta nas armas eu poderia deter alguns por um tempo.
Enfiei a adaga no ombro do mais próximo e ele caiu no chão gritando de dor. Gritei para a Clary e Kelsey saírem de lá. Elas hesitaram e foram, dizendo que ia procurar os outros. Um vampiro alto e moreno veio para cima de mim, fazendo nós dois cair no chão. Eu estava de baixo dele e depois de alguns minutos de luta consegui pegar minha adaga que tinha sido jogada pra longe e não pensei duas vezes antes de o atacar, perfurei sua barriga e o tirei de cima de mim. Ótimo, menos dois. Me levantei o mais rápido que pude e vi que estava com um corte no braço, não lembrava de ter sido cortado. Olhei em volta e vi Camille saindo pela porta e fui atrás dela, ela saiu no corredor e estavam entrando uma passagem secreta que antes era apenas uma parede. Corri antes dela se fechar, me deparei com uma escada e cheguei a conclusão que era uma saída de emergência, desci agradecendo ao Anjo pela minha visão noturna mesmo sabendo que não tinha nada a ver com o ele.

Depois de descer vários degraus comecei a achar que eu estava no subsolo e tive certeza disso quando entrei por uma porta. Eu estava em uma estação de trem abandonada, o lugar era escuro e sujo, ouvi alguns roedores, obviamente ratos. Eu estava sujo de sangue, o cheiro estava me incomodando, mas depois de respirar nesse lugar cheguei a conclusão que sangue poderia ser um ótimo perfume.

Peguei minha estela e fiz uma iratze no meu braço e fui procurar os vampiros. Uns cinco minutos depois eu já havia andado por quase toda a estação, passei pelas catracas e entrei em um corredor que tinha uma porta aberta e tinha pessoas conversando. Parei e fiquei ouvindo a conversa, mesmo que eu tenha aprendido com meus pais e o Sr. Kadam que não devemos ouvir a conversa dos outros, mas era diferente.

- Quem estava lá? - perguntou uma mulher.

- Jace Herondale, Clarissa Morgenstern, Kelsey Hayes, o Diurno, Isabelle Lightwood e mais dois caras que não conheço, mas parecem indianos e eles tem alguma coisa diferente, não são daqui. - reconheci a voz da Camille.

- Se eles parecem indianos, é óbvio que não são daqui. - a outra mulher rebateu.

- Preste atenção no modo que você fala comigo, filha de Lylic. Não sou nenhum dos seus servos. - Camille disse irritada. - Eles não são desse tempo! - ela murmurou.

- Preste atenção você, criança da noite. Você está falando com Rainha Seelie e eu não sou nenhum dos seus sanguessugas leais!

- Se não tivessemos um acordo, eu te mataria agora mesmo. - Camille falou mais calma.

- Digo o mesmo!

Achei melhor eu voltar, tinha que contar isso para os outros. Não podia lutar contra elas e não sabia se tinha mais deles.

Voltei para a porta que levava ao barracão o mais silencioso possível, fiquei pensando no que acabei de ouvir e pensando no que fazer. Entrei na porta e subi as escadas sem problema nenhum. Quando entrei no corredor tudo estava muito silencioso, procurei os outros em todos os cômodos mas não encontrei ninguém. Achei melhor voltar para o Instituto andando, seria bom para relaxar um pouco depois de tudo o que aconteceu. Era 10:30 e eu estava ficando com fome, só faltava dois quarteirões e eu estava exausto.

Quando cheguei no Instituto senti um alívio enorme, eu só queria minha cama e alguma coisa para comer. Mas não foi bem assim.
***

Como deixei isso acontecer? Eu devia ter ficado com ele. Ele era a minha responsabilidade e agora está na mão de vampiros. Eu preciso ir atrás dele, preciso saber se ele está bem.
Levantei do sofá e disse tentando não parecer tão preocupado:

- Não aguento mais ficar parado. Não vamos fazer nada? Temos que ir atrás do Kishan!

- Calma Ren. Vai ficar tudo bem. - Clary passou a mão no cabelo como se quisesse arranca-los. - Foi tudo culpa minha. Eu o deixei sozinho. Eu devia ter ficado com ele e....

- Não, não foi culpa sua. Ele sabia o que estava fazendo. - interrompi e tentei deixar ela mais calma. - Eu só queria saber onde ele está. Sei que somos imortais, mas eu to preocupado. Não sei se ele pode se transformar em vampiro caso alguém morda ele e nem quero pensar nisso. - sentei no degrau da biblioteca - Ele está bem, eu sei disso, eu sinto isso. - sussurei pra mim mesmo.

Alguns minutos depois...

- Ren? Posso sentar com você? - Kelsey perguntou se aproximando.

- Claro. - murmurei.

Ela sentou do meu lado e me fitou com aqueles olhos castanhos. Foi uma sensação boa, como naquele dia que eu dormir com ela na forma de tigre, eu me sentia em paz, me sentia bem. Ela era muito doce e carinhosa, se preocupava com os outros, ela tinha um bom coração e isso me encantava. Sem dizer nada ela me envolveu nos seus braços e eu relaxei, deixei ela encostar o rosto no meu ombro e a abracei mais forte. Um momento depois ouvimos a porta abrir e uma voz que eu conhecia tanto quanto a minha própria falou num tom irônico:

- Obrigado por me deixarem lá. Eu estava mesmo precisando mesmo fazer uma caminhada.

Relutante, me afastei da Kelsey e sorri.

- Kishan! - Clary falou animada. - Você está bem? Estavamos preocupados.

- Eu estou bem. - ele sorriu. - Tenho muitas coisas para contar.

- Então conta. - Izzy o incentivou.

- A nossa querida Lady Camille tem uma aliada e acho que vocês não vão gostar de saber quem é. - ele ficou sério. - Ela está com a Rainha Seelie.

A Maldição Dos Cacadores De SombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora