Capítulo 1 - Acidente

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Oi ,hoje acordei bem cedo, pois tinha chegado o dia em que eu e minha irmã Seline íamos para o maldito internato, por favor desculpem a minha revolta, mas realmente odeio a minha madrasta.

Estávamos no carro ha horas, Seline ouvia música como de costume, eu desenhava e apreciava a paisagem nada bonita daquela floresta. De repente senti um forte impulso ,meu corpo foi lançado pra frente, por sorte estava de cinto. O motorista tinha perdido o controle do carro e nos aproximávamos de um penhasco. Pensei rápido. Tirei o meu cinto e o de Seline, abri a porta do carro e antes que ele caísse saltei com ela. Rolamos por alguns metros. Eu sofri alguns arrãoes, mas Seline esboçava muita dor. Um pouco tonto procurei me levantar rápido e ir até ela. Quando me aproximo vejo que ela tinha torcido o tornozelo. Fico angustiado ,mas tento acalmá-la de alguma forma. Logo avisto uma ponta de algo no alto da colina e me lembro imediatamente que o" tal internato" ficava no final de uma colina.

Ah só pra constar eu moro em Londres.

Eu me aproximo novamente de Seline e me abaixo um pouco, faço sinal pra que ela suba nas minhas costas, com dor ela assenti e logo sinto seus braços envolverem meu pescoço. Seline era magra, mas não foi nada fácil carregá-la naquele terreno. Quanto mais andava , mas parecia que o tal internato se distanciava. Fazia paradas constantes pra recuperar o fôlego. Quando tinha olhado aquela bendita ponta de alguma coisa ,não tinha noção de como aquilo estava distante. Começamos a caminhar era de madrugada e só chegamos no final daquela colina a noite. Seline tinha adormecido devido a sua dor e cansaço, eu estava pra não aguentar, me sentia exausto, mal podia sentir meus braços e pernas. Quando enfim chego na porta do que parecia um prédio abandonado, ou melhor um cenário de filme de terror, melhor parecia tudo, menos uma escola. Eu sinto minhas pernas fraquejarem, tento me segurar mais foi em vão ,minha visão escurece rapidamente e a última coisa que sinto é o peso do corpo de Seline caindo sobre o meu e por último vejo a porta se abrir e observo que uma mulher de vestes longas e pretas abrira a porta , foi a última coisa que vi antes de apagar.

Sinto cheiro de fogo e também sinto o calor de uma lareira. Também ouvia o som de muitas vozes. Aos poucos vou abrindo meus olhos e observo que estou em um quarto com uma lareira próxima e uma mulher limpava meus ferimentos. Exatamente! Uma mulher que não conheço me despiu. Arregalo os olhos e tento me levantar rapidamente. A mulher franzi o cenho e me empurra com força ,fazendo eu me deitar novamente.

- Não se mecha! Esta machucado e se não percebeu estou tratando de você, seu ingrato! A mulher me reprime de forma rude e amarga, ela aparentava ter uns quarenta anos mais ou menos, pele morena e já tinha alguns cabelos brancos. Eu apenas suspirei e me encosto no travesseiro ,mas me lembro de Seline.

- Por favor ! A garota que estava comigo? Ela é minha irmã e estava machucada! Onde ela esta? Pergunto ofegante. A mulher apenas aponta para o lado. Foi quando vi Seline sentada em uma poltrona próxima a lareira com uma xícara, parecia chocolate quente. Ela estava com um uniforme e também estava com o pé enfaixado, porém parecia bem e se divertir muito com várias crianças que formavam um círculo em volta dela. Seline adorava contar histórias, ela era realmente era boa, eu mesmo costumava pedir pra que ela me contasse algumas de vez em quando. Nesse momento ela olha pra mim e sorri eu retribuo o sorriso e respiro aliviado.

- Obrigado ! Mas onde estamos senhora? Agradeço a mulher e pergunto curioso pra saber se o lugar que estava era realmente o internato. A mulher mostra o seu primeiro sorriso e responde.

- Internato Vankoven! E vocês devem ser os irmãos Ivanokov? A mulher pergunta enquanto espremia um pano úmido, na qual ela limpava meu corpo. Eu sorrio pra ela e confirmo.

É. ..Então aqui é realmente o tal internato. Droga! Ainda tenho que falar do acidente.

- Senhora! Eu e minha irmã sofremos um acidente, o carro em que vínhamos perdeu o controle e dispencou no penhasco, foi por isso que ficamos nessa situação! Falo tão rápido que cheguei a ficar ofegante, a mulher apenas suspirou e disse.

- Isso foi há uma semana! retiraram o carro do local, o motorista não resistiu e você ficou desacordado todo esse tempo! Tenho cuidado de você desde então, por sorte as aulas ainda não começaram! E você é uma belesura rapaz ,foi um prazer tocar no seu corpo! A mulher explica tudo, mais no final fala maliciosamente e aperta minha bochecha e por fim termina piscando pra mim.

Puxa aquilo foi bizarro e estranho e mesmo assim conseguiu me deixar constrangido. Droga!
Apenas solto um sorrisinho constrangido e me viro tentando me cobrir com o lençol.

- Não , não querido não adianta tentar esconder o que eu vi, e mais quem você acha que ficou te dando banho esses dias hein? A mulher me vira bruscamente e fala isso ainda mais maliciosa, eu fico perplexo com o que acabo de ouvir e enojado com a atitude da mulher.

Caramba! Tô sendo cantado e assediado bruscamente por uma senhora de quarenta anos, o que mais falta me acontecer?

A mulher percebe o medo e desprezo nos meus olhos e logo volta a ficar séria. Ela ajeita as minhas cobertas e se retira do quarto.
De imediato olho pra Seline e as crianças já não estavam com ela e ela dormia de forma serena na poltrona. E por algum motivo, mesmo sabendo que tinha dormido por uma semana, ainda me sentia cansado e meus olhos começam a pesar, ao poucos vou sentindo minhas pálpebras se unindo, a última coisa que vi foi uma garota com um uniforme igual ao que Seline estava usando entrar e a chamar. Vi Seline sair com ela e adormeci.



Acordo com um barulho horroroso de uma sirene, pensei que estava tendo um incêndio. Me levanto rápido da cama, me visto e saio do quarto correndo desesperado ao mesmo tempo que berrava procurando minha irmã.

Foi quando chego em uma espécie de refeitório, haviam muitos jovens lá. Todos de uniforme e enfileirados, pareciam esperar um sinal pra sentar e começar a comer. Logo vi Seline. Ela também me viu e acenou pra mim e logo depois fez um gesto para que me sentasse do outro lado. As mulheres ficavam de um lado e os homens do outro lado. Eu apenas assenti e tentei fingir que ninguém tinha visto a maneira como entrei naquele lugar.

Mal cheguei na mesa,e várias mulheres de preto surgem com apitos e chicotes nas mãos. Olhei confuso para aquilo e pensei. Isso é uma escola ou um local de tortura? Pra quê isso meu Deus?

Sou despertado dos meus pensamentos ao som dos apitos. Todos se sentam e logo começam a se servir. Por toda a extensa mesa havia panelões. Eu realmente estava com fome, nem sabia quando tinha comido pela última vez. Esfrego as mãos como se fosse comer a melhor refeição da minha vida. Mas quando distampo uma das panelas que havia na minha frente, vejo uma gororoba preta e grossa ,faço cara de nojo enquanto todos tiravam conchas e mais conchas e pareciam saborear aquilo como se fosse chocolate. Resolvo mergulhar a concha pra ver se melhora meu apetite, mas não, a coisa era bem pior, vejo olhos e não qualquer olhos ,eram olhos humanos e também tinha cabelo e alguns dentes. Olho pra Seline e ela já saboreava aquilo, corro até ela e lanço para longe seu prato. Todos olham pra mim assustados.

Minha irmã olha pra mim com reprovação, como se ela não visse o que eu estava vendo eu retribuo o olhar confuso e perplexo, quando sinto minhas costas arderem e logo caio de joelhos. Me viro e vejo que uma das mulheres da sala me chicoteou. Logo outras vieram até mim e me arrastaram. Ainda estava fraco e acabo apagando novamente.

Quando acordo estou em um ambiente úmido e escuro, o cheiro de coisa podre logo invadiu minhas narinas. Tento me levantar, caminho com dificuldade quando sinto meu pé ser puxado, me viro e vejo que estou acorrentado como bicho. Olho para o outro lado e vejo uma garota. Ela tinha o semblante transtornado, quando me aproximo salto de medo com a cena que vejo. A garota comia o próprio dedo, seus ossos já estavam a mostra, a menina não demostrava nenhuma dor. Aquilo me fez vomitar na hora. Eu começo a me desesperar e puxo de todas as formas a corrente que prendia meu pé, na tentativa inútil de me livrar daquilo e sair daquele lugar, foi quando senti algo perfurar o meu braço. Quando me viro, era a mulher que cuidava de mim, só deu tempo eu perguntar.

- O que fez comigo?

- Durma meu querido!
A mulher responde e logo apago novamente.












E aí pessoal! O que acharam desse capítulo, eu ia estrear este livro apenas em março, mas achei tão emocionante que não aguentei.

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Bjus
Raizinha♡♡♡♡♡♥♥♥♥♥

Internato #Wattys2016Onde histórias criam vida. Descubra agora