De repente, o destino

CAPÍTULO 21

Quando acordei no domingo, olhei minhas mensagens. Três destinatários diferentes: Ben, Ash e Josh. A mensagem de Ben, além de me desejar bom dia, me chamava para tomar café. A de Ash, como você pode prever, era surto puro. E a de Josh... Ah cara, vocês já sabem, né?! Era uma repetição do que vinha acontecendo nos últimos dias. Decidida a ignorá-lo no meu domingo, arquivei as mensagens e fui responder os dois que mereciam.

Eu tomei meu café com Ben, como vocês podem imaginar, mas depois cada um seguiu a sua vida. Tanto eu quanto ele tínhamos pilhas de coisas a fazer e havia um feriado chegando no final da semana. Contei para Ash, com detalhes, tudo o que tinha rolado no sábado. Depois, quando Rob e Zack começaram a me sacanear no grupo, eu precisei dar mais algumas explicações para que Rach e Lauren entendessem o que estava acontecendo.

O resto do domingo foi baseado em conversas imaginárias que eu tive comigo mesma imaginando as várias possíveis situações que o meu reencontro com Josh traria na segunda-feira. Eu sei que vocês devem estar me julgando agora e pensando como eu sou tola por me deixar consumir por isso, que tem um carinha super legal a fim de mim e que eu posso não estar me valorizando, mas sejam honestos: vocês acham mesmo que tinha alguma chance de não ficar ansiosa com esse reencontro? Claro que não.

Assim, quando eu cheguei ao museu na segunda, eu já tinha rezado todas as orações que conheço pedindo que eu não encontrasse o Josh, o que seria absolutamente improvável. Mas... A gente pede mesmo assim, né?! Quando entrei no nosso setor, perguntei no setor se alguém tinha visto o Josh.

– Ele foi para o salão. – Danny, um outro estagiário me informou e eu respirei aliviada me dirigindo para a nossa sala.

Quando abri a porta, a sala estava com a luz apagada, e eu entrei fechando a porta e acendendo a luz. Obviamente, como Murphy é meu parceiro há anos, no exato momento que me virei para ir até minha mesa, Josh girava a cadeira dele, que estava de costas, para frente. Diretamente para mim. Nós não nos falamos por alguns segundos, apenas nos olhávamos. Quando começou a ficar estranho, quando eu simplesmente não suportava mais o olhar meio irritado e meio magoado de Josh, decidi quebrar a tensão, como uma adulta.

– Me disseram que você estava no salão. – comentei, saindo do meu estado imóvel e me dirigindo até à mesa.

– E pensando nisso você veio para a sala, ao invés do salão. Fugindo de mim, obviamente. – ele comentou em tom ácido.

Sua voz era tão cortante que eu podia sentir ela entrando em mim e cortando meu coração. Como isso machucava. Odeio coração partido.

– Na verdade, eu vim deixar minhas coisas. Eu faria isso independente de onde você estivesse. – respondi em tom neutro deixando minhas coisas sobre a mesa e respirando fundo para virar de volta.

Para minha total surpresa, quando fiz isso, Josh estava parado a minha frente, de braços cruzados, me observando.

– Nossa, Josh! Você podia arrastar correntes ao invés de me matar de susto. – disse, porque eu realmente me assustei.

– E dar a chance de você fugir sem me dar explicações? De jeito nenhum.

– Primeiro, eu não fujo de ninguém. – disse enquanto apoiava meu quadril na mesa e recebi em resposta uma levantada de sobrancelha incrédula de Josh, a qual eu ignorei. – Segundo, não sei que explicação teria para dar a você.

– Sophia, não me provoque e não me trate como idiota. Nós dois sabemos que você tem fugido de mim na última semana. O mínimo que eu mereço é saber o porquê. – ele disse.