CAPÍTULO 12

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                Quando cheguei em casa na quarta-feira, eu tinha tive duas surpresas. A primeira era bem desagradável, mais uma das festas de Jenny. A segunda, me fez parar quando abri a porta de casa. Eu tinha um recado pairando no chão, próximo à entrada. Abaixei-me, com curiosidade e peguei o bilhete.

"Quando eu coloquei o meu número no seu telefone, a ideia era que você usasse. Como você nunca fez, eu não tinha o seu telefone para te avisar da festa.
Mas ainda posso te desculpar... Tenho uma ideia para sabotar sua vizinha. Me avise quando chegar. ;)

Ben"

Ben era, sem sombra de dúvidas, inacreditável. Eu gostava muito desse jeito leve dele, e da companhia também. Peguei o telefone e busquei seu número para digitar uma mensagem avisando que tinha chegado, mas desisti antes mesmo de terminar de digitar. Deixei minha bolsa sobre a mesa, peguei o bilhete e o celular e sai de casa.

Quando estava em frente à porta do apartamento 401, mandei uma mensagem para Ben.

"Abra sua porta. Tem uma surpresa para você."

Em menos de 15 segundos a porta de Ben se abriu.

– Você é uma pessoa difícil. – ele ponderou. – Preciso deixar um recado em baixo da sua porta, como um adolescente, para que você me mandasse uma mensagem. E aí, para minha surpresa, você não só manda uma mensagem como também vem me visitar.

– Pois é, achei que o bilhete valia mais que uma mensagem em resposta. – sorri. – E eu estava curiosa demais com a sua ideia.

– Ah sim, entra. – Ben se afastou para que eu entrasse e fechou a porta atrás de mim. – Vem cá, senta aqui. – Sentamos no sofá da sala.

– Então, a ideia genial?

– Sim! Jenny não pode fazer uma festa se não tiver música, certo? E para ter música, ela precisa de energia elétrica. Então, pensei em desligar a luz do prédio por alguns minutos... o suficiente para os convidados irem embora. – ele me olhou com expectativa.

Eu refleti sobre a ideia durante um breve tempo e abri um sorriso.

– Adorei a ideia. – Dei um salto do sofá animada e estiquei a mão para ele – Vamos. Vou te mostrar o caminho para você trabalhar.

– Eu disse que agora você tinha um aliado, não disse?

Eu levei Ben até a área restrita para os funcionários da manutenção do prédio. Ele me deu a lanterna e eu a liguei. Em alguns segundos, estávamos imersos na escuridão, salvos apenas pelo feixe de luz que saia da lanterna. Mas além do escuro, também estávamos no silêncio.

– Acho que funcionou. – Ben comentou.

– Definitivamente. – respondi. – Quanto tempo você acha que devemos esperar?

– Não sei, mas uns quinze minutos, pelo menos... Eu acho que podemos esperar no meu carro. – mostrou a chave.

Nós fomos até o estacionamento e ele desligou o alarme do carro, nos localizando ligeiramente em relação à sua posição.

– Prontinho. Estamos seguros e confortáveis aqui enquanto esperamos. – Ben comentou.

– Ben, essa vai ser a melhor ideia de todas se funcionar. Eu vou te agradecer para sempre, pode ter certeza.

De repente, o destinoOnde histórias criam vida. Descubra agora