01 - Missão

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Meses se passaram após nossa última batalha contra Breu. Tudo parecia seguir bem. Os Guardiões passaram a acompanhar mais de perto nossas crianças, era preciso, afinal Breu ainda representava uma potencial ameaça. Com a união matrimonial selada entre mim e Jack, passamos a compartilhar nossos dons, ambos eram capaz de utilizar tanto magia o dom da luz e do gelo. Portanto, passamos a trabalhar juntos. E não, Jack não ganhara asas, é um particularidade apenas do anjo da guarda. Contudo, ainda tinha um terceiro dom a ser adquirido, segundo as lendas, mas não achamos qualquer registro sobre, pois era um fato inusitado até então, ou pelo menos era assim que eu acreditava.

Aquele era só mais um dia comum, ou pelo menos deveria ser. Não consegui aproveitar aquele momento divertido de patrulha em 100%, não quando algo perturbava minha mente. Não só meus pensamentos, mas podia pressentir que algo muito antigo e maligno estava por vir, era como sentir uma profecia se aproximando de sua concretização. Embora, naquela época, eu não fazia a mínima ideia do que viria pelos próximos dias. Mas se soubesse, me pergunto que tipo de escolhas teria feito até chegar a verdade. Acho que não faria nada diferente do que fiz.

Tinha convocado uma reunião importante na manhã do dia seguinte, o motivo pelo qual eu e estava tão distraída enquanto Jack se divertia com as crianças ao nosso redor. Era impossível me focar naquele momento, não quando uma missão tão importante se aproximava. Apenas me permitir observar a interação de Jack com aquele pequeno grupo de rapazes na flor de suas fase adulta. Vendo como os três se divertiam fazia parecer bem distante o fato de que apenas a alguns minutos atrás eles estavam discutindo, provavelmente por algo banal. Não os julgo, quando humana eu também costumava brigar por coisas banais. Mas a forma como o cerne de Jack agia sempre me encantava. E novamente, não, não compartilhávamos nossos cernes, afinal essas é a particularidade de cada guardião, é a sua chave motora.

Voltei meu olhar para o horizonte. O sol já começava a apontar, surgindo aos poucos com seus tímidos raios. Era chegada a hora de retornar ao forte de meu pai. Logo os demais guardiões chegariam também. Retornei minha atenção aos rapazes, que estavam deitados sobre a neve fofinha do chão. Jack estava sentado próximo a eles, aparentemente cansado, mas ainda sim ele portava um sorriso alegre nos lábios. Eu podia estar sendo somente uma boba apaixonada, mas ao menos aquele seu sorriu aquiesceu meu coração e o acalmou por aquele instante. Sabia que o mundo podia ruir ao meu lado, contudo eu ainda teria alguém que ainda me manteria tranquila e não me permitiria perder a cabeça. Jack era a paz de meu coração.

—Precisamos retornar. — toquei no ombro de Jack, que me encarou com confusão no olhar —Convoquei os guardiões para uma reunião importante. — me dirigi até os rapazes deitados ao chão.

—Breu deu algum sinal de vida? — Jack saltou do chão, limpando a neve que ficou presa a sua bermuda.

—Não, mas o assunto que irei tratar envolve a ele também. Bom, logo você descobrirá do que se trata. — voltei minha atenção ao grupo de amigos e, um a um, depositei um leve beijo sobre o topo de suas cabeças —Que a minha luz protetora os acompanhe eternamente. — sussurrei meu pequeno mantra protetor aos meus preciosos protegidos.

Os três fecharam os olhos e sorriram, mergulhando na sensação de paz que eu proporcionara aos seus corações, mesmo que eles sequer soubesse que eu estivesse ali. Estiquei minhas asas e alcei voo, com Jack ao meu encalço.

[...]

Da porta do grande salão eu conseguia ouvir os sussurros que vinham do local, mesmo que as portas estivesse fechadas. Deixei minhas mãos repousarem sobre os puxadores, criando coragem para abrir aquelas portas e jogar mais problemas sobre seus ombros. Aquela missão deveria ser simples, fácil em demasia até, mas aquele ano era diferente, ainda não tínhamos nos recuperados dos impactos dos feitos de Breu sobre nós na Páscoa. Nosso sentido protetor estava ativo ao máximo, e aquela missão representava uma distração aos demais, mas não para mim. Ela poderia se tornar um problema complicado de resolver, até mesmo impossível. Eu estava sendo pessimista, eu sei, mas não me julguem por isso, não depois só que passei a apenas alguns meses antes.

Batalha de Dois Mundos - Livro II (Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora