Batalha de Dois Mundos - Livro II (Revisão)

3 - Planos

Eu estava fraco, ferido. Me sobrara bem pouca magia. Me agarrei ao medo que ainda existia nos corações humanos, a única coisa que ainda me mantinha vivo. Aquele medo iria restaurar minha força ao seu normal, só precisava ter paciência. Mas meu ódio só crescia, ansiava por vingança, o quanto mais rápido conseguisse, melhor me seria.

—Aqueles guardiões vão me pagar, principalmente o anjo da guarda. — resmunguei comigo mesmo, estava inconformado.

Levei muito tempo para me livrar de cada um daqueles pesadelos, e mais ainda para conseguir quebrar o selo de Angel. O poder dela foi muito mais poderoso do que o selo imposto anteriormente, provavelmente havia dedo do Moon. Não teria como minha própria criação, meus próprios bichinhos, se voltarem contra mim daquela maneira. Mas, para minha sorte, eu possuia algum tipo de ligação misteriosa com o anjo da guarda, algo que eu precisava explorar ao meu favor. Imaginar estar ligado a um ser de luz me causava ânsia, mas procurei ver pelo lado bom, a parte que beneficiária meus planos de acabar de uma vez por toda com os guardiões.

Retornei ao meu velho esconderijo, que se tornou silencioso novamente, vazio. Mais uma vez me vi na vida solitária de antes, e isso só alimentava mais e mais meu ódio pelos guardiões. Ficar sozinho nunca foi minha escolha, mas esse foi o caminho que eles me empurraram ao me consagrar como seu inimigo. Já que foi para esse fim que os Moon me escolheram, então eu estaria a altura quando matasse a preciosa protegida de Night Moon. Seu irmão gêmeo seria um ótimo parceiro, mas seu selo estava longe de se enfraquecer. Ele pode ter estado ao lado de Angel na primeira vez em que pedir a luta para ela, mas quem diria que sua amada se voltaria conta ele e faria o mesmo. Era até irônico e divertido de lembrar. Sim, seriamos ótimos parceiros.

Eu precisava de um plano útil e que demorasse polco, estava com muita pressa para esperar o selo de Blood Moon enfraquecer com o solstício. Me aproximei da cópia de Believe e o observei. Estava como sempre, repleto de luzes. Era deveras irritante observar aquelas luzes cintilantes e alegres, mas elas, de certo modo, arejavam minha mente e me ajudavam a pensar num plano diabolicamente terrível. Quem imaginaria que algo voltado para o bem abriria uma janela de ideias para o mal. Sim, as luzes de Believe me faziam criar os mais terríveis planos. E foi justamente assim que lembrei de Sirius, nossa dimensão vizinha.

O Halloween estava próximo de chegar, seria o momento perfeito para conseguir novos aliados e reunir velhos conhecidos. Assim, a minga antiga maldição seria enfim ativada e eu já tinha total conhecimento de quem era o alvo, não existia outro ser mais puro que aquele. Porém, para que meu plano desse certo, uma pequena aliança teria de ser reestruturada com os seres das trevas de Sirius. Tínhamos um inimigo em comum afinal, o que só facilitava ainda mais o meu plano de vingança.

—Preciso encontrar-me com Thalran e Miranda. Mas como farei isso? — falei comigo mesmo, colocando a mão sobre o queixo, pensativo -Somente Miranda pode me ajudar com a profecia que ela me deu.

Distanciei-me de Believe, indo em direção ao meu escritório. Pensava em maneiras de por meu plano em pratica. Mas precisava de informações, informações tão precisas que somente seres sombrios conseguiriam me ajudar. Teria de recorrer ao submundo dessas dimensão e arrancar o que preciso de útil sobre o assunto. Meus contatos no submundo certamente me ajudariam com facilidade, era possível conseguir até mesmo convence-los a sair de seu buraco, que eles chamavam de casa, para ajudar-me em minha vingança também. Afinal, nem os guardiões sabiam de sua existência e isso me seria mais do que vantajoso.

—Que plano magnífico! — bati as mãos em uma batida única e seca —Agora é a vez do Breu reinar, e desta vez será para sempre! — esfreguei minhas mãos uma na outra, excitado com a possibilidade de me tornar o senhor do novo mundo obscuro que eu criaria.

Procurei em minha escrivaninha, em meu escritório, pelo mapa dos esgotos. A entrada do submundo precisava ficar no local de mais difícil acesso de todos, e aquele com certeza era. Me dirigi aos submundo assim que o encontrei. Quanto mais antes eu acertasse todos os detalhes de meu plano, mais preparado estaria para agir e destruir todos os guardiões.