PRIVATE

08 | AURORA

Meus passos eram lentos, eu estava arrependida de ter vindo com uma saia curta, as pessoas sempre estavam olhando para mim. Sentada na cadeira em frente á Melanie, ela riu.

– Você vai ter uma surpresa hoje, desagradável ou não, eu estou adorando.

– O que você está falando? – pergunto desentendida.

– Ele está aqui e quer te encontrar. – Mel sorriu, arrumando os cabelos.

– Eu sei, porém este lugar é grande e...

– Quando um homem deseja algo, eles conseguem. Foi isto que aconteceu, o lobo mal encontrou sua chapeuzinho vermelha. Se cuide.

(...)

Eu estava finalmente indo embora daquele lugar, depois de ter ficado sozinha porque minha amiga viu o namorado, encontrei uma prima que insistia em conversar. Peguei meu celular, antes de ligar ao táxi, havia algumas mensagens:

Wes: mostre suas pernas, elas são incrivelmente maravilhosas

Wes: assim como a dona.

Wes: meus amigos ficaram babando com sua beleza, disseram que tenho sorte por ter encontrado alguém igual a você.

Aurora: ficou maluco?

Aurora: fumou a pedra filosofal?

Wes: sim, maluco por você.

Aurora: só me faltava essa, se mata

Wes: não está pensando em chamar um táxi, sim?

Aurora: preciso ir embora

Aurora: mas como sabe que estou aqui? Para de perseguir seu estranho

Wes: disseram que um táxi estuprou uma garota da sua idade e depois matou, vai correr esse risco?

Aurora: o que me garante que você não foi esse taxista, hum?

Wes: eu te garanto.

Wes: eu posso te levar para sua casa em segurança, babe :3

Aurora: tchau, wesley.

Wes: só diga que não avisei, aurora.

Aurora: filho da mãe, para de passar medo

Aurora: otário, af

Wes: o escuro colabora para assassinatos, estupros…

Wes: eu livro você de tudo, basta vir comigo

Aurora: vir comigo como?

Aurora: EU SEI LÁ ONDE CARALHOS VOCÊ TÁ

– Aurora. – uma voz rouca chama meu nome atrás de mim, pulo assustada. Era ele, mais bonito pessoalmente.

(...)

Eu preferia estar morta, assim não seria necessário viver isto que está acontecendo. Devo admitir, ele deveria ser uma das melhores maravilhas já existentes, resolvi encará-lo. Sua boca estava fechada e os olhos concentrados na sua mão acariciando minha coxa.

– T-ire as mãos daí. – sou idiota, por que diabos tive que gaguejar?

– Se quiser, eu posso ir um pouco mais acima.

– Eu sabia que seria uma bosta de ideia vir com você. – digo, furiosa. – Destranca essa porta, tenho que estar em casa agora ou vou gritar.

– Seus vizinhos vão pensar outra coisa, não acha? – sorriu de lado.

Ao ouvir a porta ser destravada, saí rapidamente daquele carro, passos rápidos até entrada de casa e ainda sentindo os dedos dele deslizando em minha pele.

– Até mais, Aurora. – ele diz alto para eu escutar, lhe mostro meu dedo do meio e entro em minha casa.