11 | AURORA

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Estava quase anoitecendo, eu preparava meu lanche calmamente, quando alguém toca a campainha. Pego minhas chaves no armário e caminho até a porta, antes de abrir solto um longo suspiro por imaginar quem possa ser. Era ele, seus cabelos longos e barba ainda não feita, os músculos definidos lhe tornavam mais atraente, mas que merda estou pensando? Bonito por fora e feio por dentro. Encantada pela sua beleza, acabei ficando alguns segundos imóvel. Ao voltar para vida real, senti minhas costas baterem contra a parede.

- Você merece apanhar por ser uma menina teimosa, Aurora. - diz rígido, com seu sorrisinho aterrorizante.

- Nós não temos mais nada. - digo o óbvio.

- Ah nós temos sim.

Seus lábios grudaram na minha boca, lutando para conseguir a cedência daquele beijo, porém eu fiz questão de morder com bastante força sua língua e dar um chute no meio das suas pernas. Ele soltou-me, caiu, se contorcendo dolorosamente no chão, aproveitei essa chance para correr e trancar-me na cada de banho. Minhas mãos tremiam e, com dificuldade peguei meu telefone, escrevi uma mensagem para Wes, antes de enviar, veio-me a cabeça que ele não iria preocupar comigo, porque o ignorei.

Aurora: wesley, por favor

Aurora: meu ex está aqui


Aurora: me ajuda

Algumas gotas de lágrimas derramaram, deixando minha bochecha molhada, o gosto salgado delas vão para meus lábios. Abro várias gavetas abaixo da pia, procurando algo que eu pudesse defender-me contra qualquer tipo de ataque. Encontro um secador próximo dos cremes, desembaraço os fios do mesmo e espero encostada no box. Isso não deveria estar acontecendo, se eu fosse vidente, nunca iria namorar com esse possessivo filho da mãe.

Um grito;
Duas batidas fortes;
Logo minha porta é aberta.

- Esqueceu que eu sei onde estão suas chaves reservas? - pergunta, o mesmo olhar sádico.

- Michael, por favor …

- Cala a boca! - grita, se aproximando de mim.

Eu me mantive paralisada, vinha em mente todas as coisas que poderiam acontecer comigo neste momento. Minha única reação foi acertar com secador o rosto daquele indivíduo, ele gemeu e tentei correr, porém sou agarrada pelo braço. Michael deu-me um forte tapa na cara, negando com sua cabeça, tomou meu objeto de defesa e cerrou os dentes.

-  Você não deveria ter feito isso.

Minhas roupas foram arrancadas com violência, eu sentia sangue e lágrimas deslizarem pelo meu rosto. Quando eu estava seminua, os dedos de Michael fizeram pressão contra minha intimidade, então foi neste segundo que desabei. Fecho com força meus olhos ao ouvir um vidro se quebrar.

- Filho da puta, não venha mexer com minha garota.

Michael tombou no chão, desmaiado, sua boca sangrava e havia um pequeno corte na cabeça. Wesley encarou-me, olhou meu corpo quase nu e estendeu a mão, segurei na mesma, saindo daquele banheiro. Não resisti em abraçar com todas minhas forças ele, afinal, tenho um novo herói.

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