- Capítulo Dois -

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NOVATOS

Assim que Benjamin estacionou, Sharon percebeu que eles tinham chegado mais rápido do que ela imaginará. Ela também percebeu que tinha gostado do passeio, mesmo ele indo um pouco rápido e entrando duas vezes em ruas erradas. A sensação do vento batendo em seu corpo e a adrenalina pulsando em suas veias era reconfortante. Mas ela não tinha conseguido mostrar a cidade para ele direito, estava preocupada demais em se segurar para não cair. Sharon desceu da moto e tirou o capacete entregando a Benjamin; tinha certeza que seus cabelos estavam bagunçados por causa do vento. Ele também retirou o capacete mas permaneceu montado sobre a moto. Seus cabelos estavam desgrenhados, porém isso caía perfeitamente bem a ele.

- Então é aqui que você mora?! - ele olhou para a frente da casa.

A casa de pavimento, por fora azul ciano, com portas e janelas de vidros; à frente tinha gramas bastante verdes cortadas recentemente, com um caminho de pedras de mármore cinza até chegar a escada que levava a varanda.

- É sim. - Sharon olhou para a casa e depois para Benjamin, que olhava tudo com interesse. - Quer entrar, para tomar alguma coisa?

Ta bom, agora ela tinha ultrapassado a cota de loucura. Como se andar de moto com um estranho já não fosse perigoso o suficiente, ela ainda tinha que o convidar para entrar em sua casa? Sua não, de Helena, que ressaltando, iria matá-lá se soubesse. Não sabia o que tinha dado nela para fazer o convite, mas agora que já tinha falado, não iria voltar atrás.

- E seus pais? Eles não se importam que você convide um garoto pra sua casa? - ele a olhou.

- Não moro com os meus pais, só com minha tia, Helena. E ela está na empresa trabalhando, só chega a noite. Eu acho... - Sharon deu uma pausa. Ok, se ele realmente fosse um assassino, ela havia acabado de lhe contar que passaria o resto do dia sozinha, o que daria tempo para ele a matar e enterrar o corpo. Qual o seu problema, Sharon? Você nunca assistiu filmes de suspense? Estalou seu subconsciente.

- Hmm, tem certeza? Sobre eu entrar, quer dizer, tudo bem? - ele a examinou.

- Olha, talvez eu seja louca por estar convidando um estranho para entrar, mas se Helena não souber, ela não vai ter porque brigar.

- Faz sentido. Além do mais, eu não sou um estranho, você sabe o meu nome.

- Bem, saber seu nome não o torna um conhecido meu.

- Você sabe meu nome, e sabe que eu tenho uma moto. Já é um bom começo de amizade. - ele arqueou as sobrancelhas.

- Da para calar a boca e vir logo, antes que eu mude de idéia? - Sharon pegou as chaves do bolso.

Ele desceu da moto e a seguiu adentrando na casa. Dentro a casa era bonita; as peredes todas pintadas de branco com alguns quadros pendurados aqui e ali, o chão era de madeira lisa marrom, a sala com dois sofás brancos, uma televisão de plasma, uma mesinha de vidro no centro, a estante com livros e caixas de som e algumas fotos. Na copa havia um sofá preto de couro num formato de L e uma poltrona preta ao lado. Em frente o sofá ficava uma mesinha de mármore preta e mais a frente, a lareira que estava apagada é claro. A cozinha ficava logo após, e do outro lado dividido por uma parede, estava a outra sala de jantar, onde tinha uma mesa grande de vidro com seis cadeiras, coisa que Sharon achava desnecessário, se era só ela e Helena. Lá era onde ficava a escada para subir ao andar superior, e mais ao lado a porta de vidro que dava para o fundo da casa, onde tinha a área de serviço. Ao lado direito uma piscina e um jardim mais ao fundo, com grandes pinheiros. Benjamin olhava tudo com curiosidade, coisa que Sharon achou engraçado.

- Então... fique a vontade. Na geladeira tem água, suco, refrigerante, chá gelado... Enfim, o que você preferir. Eu vou trocar de roupa e já volto. - disse subindo as escadas.

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