- Capítulo Oito -

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OBLÍVIO

Todos se encontravam na sala, sentados sobre o sofá, em um silêncio crescente.

- Então, agora sou uma lobisomem?! - disse Blair, ao que Sharon lembrava, pela quarta ou quinta vez.

Assim que Blair acordou, e perguntou o que havia acontecido, Thomas e Sharon a levaram para baixo, e perguntaram a ela o que se lembrava da noite passada. Para a sorte, ou não, de Sharon, ela lembrava de tudo, até a parte da mordida. Então Benjamin explicou a ela que, quando as pessoas são mordidas, são infectadas. Algumas tinha a sorte de não ter licantropia, mas era casos muito raros, noventa e nove por cento era contaminado, e claro que Blair não faria parte desses um por cento. Além do mais, esse um por cento, era para mordidas superficiais, e a de Blair passou longe de ser superficial. Depois disso, Blair ficou parada sobre o sofá, com o olhar distante, como se estivesse perdida, sem saber onde estava. Quando voltou a si, perguntou várias vezes se era uma lobisomem. Sharon não sabia o que a espantava mais; a calma de Blair, ou a indiferença enquanto perguntava. Como se não se importasse com o que tinha se tornado.

- Não se faça de surda, criança. - disse Thomas, já entediado. - Já dissemos mais de mil vezes. Você é uma lo-bi-so-mem.

- Tommy! - Melissa olhou para ele. - Seja menos rude. Ela ainda está tentando processar, é muita coisa para absorver.

- Para mim, ela está nos fazendo de idiota.

- Não da para te fazer de idiota. Você é. - Blair olhou para ele fazendo careta.

- Já está botando os caninos para fora? - perguntou sarcástico.

- Gente, por favor. Dá um tempo. - Melissa fez careta.

- Tem alguma hora em que ele não seja tão irritante? - perguntou Blair olhando para Benjamin.

- Só quando está dormindo.

Sharon reprimiu um sorriso.

- Então... - Melissa olhou para todos. - Alguma idéia de quem esteja atrás de você? - olhou para Sharon.

- Não sei, mas é muito provável que o cara que foi a casa de Sharon e os lobisomens estavam agindo em nome da mesma pessoa. - disse Benjamin.

- No caso meu tio? - Sharon arqueou as sobrancelhas.

- Provavelmente. Não existe motivos para ser outra pessoa, além dele.

- Agora, matar aqueles homens dentro de uma igreja? Pareceu meio inadequado. - Blair olhou acusatoria para Thomas.

- Inadequado? Fala sério! Além do mais, não eram homens comuns, e se não tivesse matado, eles nos mataria. Na hora, ninguém pareceu se importar se era uma igreja ou não.

- Faz sentido ser Willian - Sharon voltou ao assunto. - Até porque o lobisomem sabia meu nome. O que não entendo... - disse ela pensativa. - É porque ele me quer tanto. Se é de um filho, ou algo do tipo que ele precisa, não era só fazer um? Além do mais, existem Nephilins da minha idade que são bem melhores e treinados.

- Talvez porque você seja do sangue dele. Sabe, os Nephilim prezam muito esse negócio de sangue, linhagem, família. Então, acho que se ele quisesse adotar uma criança, iria querer uma que tivesse o mesmo sangue. Além do que, talvez ele não tenha tempo de fazer um. - Melissa parecia pensativa.

- Não tenha tempo de fazer um filho? - Blair parecia incrédula.

- Claro. Passamos a maior parte do tempo em batalhas, e defendendo os nossos. Então não sobra tanto tempo assim para atividades extras. - Thomas olhou para ela com descaso. - Formar uma família é para quem tem sorte. Ou talvez nem tenha. - sua voz era amarga.

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