- Capítulo Cinco -

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VERDADES E MENTIRAS

O silêncio era plácido, Sharon se sentiu acordando lenta e sonolenta. Apertou os olhos algumas vezes antes de abri-los; tudo estava retorcido, mas foi ganhando forma aos poucos. A claridade agrediu seus olhos, fazendo-a piscar algumas vezes e esfregar os olhos. Ela sentou-se e sentiu sua cabeça latejar. Que horas eram agora? Dez da manhã? Ela se lembrou da noite passada, do rapaz que tentou matá-lá. Será que ele tinha à sequestrado? Ou será que tinha sido mais um de seus sonhos malucos e nada daquilo havia acontecido? Sharon olhou em volta e percebeu que o local era desconhecido. Bom, então realmente havia acontecido.  Ela estava sentada sobre uma cama, forrada com lençol branco, nas laterais tinham curtinas brancas como se fossem divisórias; ao seu lado, um saquinho de soro pendurado sobre um ferro e o tubo por onde o soro passava estava ligado ao seu braço esquerdo. Ela o arrancou fazendo careta e se levantou saindo da cama, puxando a curtina para revelar um quarto imenso. Ao lado da cama em que estava tinha uma pequena estante, com um pote de algo que parecia remédio, e algodão. Ela olhou em volta; as paredes eram pintadas na cor branco gelo, sem quadro ou qualquer coisa para enfeitar. Sharon percebeu que estava com a mesma roupa; seu moletom, calça e casaco branco, que agora não estavam tão branco. Ela olhou em volta e viu algumas camas enfileiradas uma ao lado da outra, todas com forros brancos e cortinas brancas. Parecia uma enfermaria; ela estava em algum hospital? O chão liso de mármore marfim estava gelado sobre seus pés; ela foi até a porta a abrindo e se viu parada no final de um cumprido corredor. As paredes também eram branco gelo e tinham portas em ambos os lados do corredor, todas fechadas. Com certeza ela não estava em um hospital. No hospício talvez? Assim que chegou ao final do corredor ouviu vozes vindo de algum lugar; ela seguiu e parou em uma sala grande, com sofás pretos de couro e uma televisão de plasma. Uma estante no canto com um jarro preto sobre ela. Não havia ninguém ali, mas dava para ouvir as vozes um pouco mais altas. Ela atravessou a sala e se deparou com uma escada, também tinha outra do outro lado. As duas escadas formavam um "C" distorcido, as paredes ali eram na cor creme. Lá em baixo, as duas pessoas pararam de conversar e à olharam. Sharon se surpreendeu ao ver Benjamin e uma onda de alívio a transpassou.

Ele estava todo de preto, seus cabelos prateados estavam bagunçados, como se ele tivesse acabado de acordar. Ao seu lado estava a garota bonita que Sharon se lembrava muito bem. Alta e esbelta, pele branca, cabelos lisos, grandes e negros como a noite, olhos grandes e azuis. Seu olhar era observador e astuto em direção a Sharon.

- Nossa hóspede finalmente acordou. - a voz da garota ecoou por todo o local.

Sharon desceu as escadas lentamente. O lugar era grande e sem nenhum móvel, a única coisa que tinha ali era um imenso lustre de vidro pendurado sobre o teto. Mais a frente, do outro lado do salão tinha uma grande porta de medeira avermelhada, o piso do local era xadrez, em preto e branco.

- O que você está fazendo aqui? - Sharon perguntou a Benjamin. Sua voz, pela falta de uso e garganta seca, saiu estranha aos próprios ouvidos.

- Oi para você também. - a voz do rapaz era sarcástica.

- Vou deixar vocês conversarem. - disse a menina saindo e indo a direção sul da casa.

Alguma parte do cérebro de Sharon perguntou o que aquela menina estava fazendo ali. Na verdade o que ela estava fazendo ali.

- Você está bem? - Benjamin perguntou assim que a garota sumiu de vista.

- Com um pouco de dor de cabeça, muita sede e fome, acho. Por quantas horas eu apaguei?

- Um dia e algumas horas.

- UM DIA?! - Sharon estava perplexa. Como poderia ter dormido por um dia? - Onde estou? E por que você está aqui? Você soube o que aconteceu comigo?! - Sharon perguntou.

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