- Capítulo Doze -

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E OS OSSOS SE QUEBRARAM

Tudo parecia se passar em câmera lenta, até mesmo o cérebro de Sharon parecia lento. Ela não se lembrava de muita coisa, só sabia que estava sentada sobre o degrau da escada, enquanto as palavras de Laszlo se repetia em sua mente: "Sharon, Helena sumiu." Se lembrava de alguém ter lhe dado um copo com água e de ter bebido. Também se lembrava da preocupação que estava estampada no rosto de Laszlo. Mas tudo parecia distante.

- O que exatamente aconteceu? - Benjamin foi quem perguntou.

- Recebemos um alerta sobre... a nossa missão, então fomos atrás. Então quando chegamos ao local, percebemos tarde que era uma armadilha. Fomos pegos de surpresa, tinham muitos membros do Submundo. Aqueles que são contra a lei. Nunca iríamos vencer, era muitos contra nós três. Enquanto eu lutava com um vampiro, Helena foi nocauteada na cabeça e levada. Depois que ela se foi, todos os outros abandonaram o local. Fomos atrás, mas nem eu ou Matthew pudemos alcançá-los. Tudo sempre se tratou de um plano maior dele. - disse Laszlo, cansado.

- Dele? - Thomas perguntou.

- Sim, dele. William.

- Há quanto tempo isso aconteceu? - perguntou Melissa.

- De madrugada. Deve ter umas cinco horas no máximo. Mas porque...

Sharon voltando a si, não esperou ele terminar de falar. Subiu as escadas correndo, pegou um pouco de dinheiro e desceu. Suas mãos tremiam, e ela sentia sua respiração pesada. Sharon passou rápido, e foi direto para fora, sem olhar para ninguém, muito menos parou com os protestos dos mesmos. No meio do caminho alguém segurou seu braço. Benjamin. Thomas estava logo ao lado.

- Onde você vai? - Benjamin olhou para ela estreitando os olhos por causa dos raios solares.

- Não parece óbvio? Vou fazer alguma coisa, já que ninguém aqui parece estar disposto a fazer.

- Ninguém está disposto a fazer? - Thomas olhou para ela franzindo o rosto. - Tudo o que temos feito até agora foi te ajudar.

- Não, tudo o que vocês fizeram foi destruir a minha vida. Eu vivia em paz com Helena. Tínhamos uma a outra. Eu era feliz, até vocês chegarem e tudo ruir. - disse irritada, se soltando do aperto de Benjamin.

- Você era feliz? Você vivia uma mentira, Sharon. Você acha melhor ter uma felicidade fingida do que saber a verdade? - Thomas parecia incrédulo. - Você deveria era nos agradecer por...

- Por não poder mais ir para a minha própria casa? Por minha amiga se transformar em um lobisomem? Por a outra ser torturada quase ao ponto de enlouquecer? Ou por minha tia ser levada bem de baixo do nariz do seu pai? - Sharon cuspiu as palavras.

Benjamin parecia magoado, enquanto Thomas adquiria uma cor vermelha.

- Não vem querer jogar tudo em nossas costas como se fosse nossa culpa. Todo esse tempo nós te ajudamos, eu te ajudei. Eu que te peguei na sua casa, antes que aquele cara te matasse. Eu que te salvei na caverna. Eu que fui atrás de você, quando pulou feito uma idiota pelo portal e eu que ajudei você e sua amiga, naquela Catedral. Se eu não estivesse lá, sua amiga estaria morta e você teria sido levada. - Thomas cuspiu as palavras.

- E você quer o quê? Gratidão? Achei que era isso que vocês, Nephilim, faziam. Ajudavam os humanos. Sinto muito, Thomas, se sou um fardo para você. Mas nunca pedi que fizesse essas coisas por mim. - ela pôs o máximo de aspereza possível na voz. - Então, se você me acha tão imprudente e inútil, por quê me ajudar? Nunca pedi...

- Não, nunca pediu. Mas se eu não ajudasse, onde você estaria? - ele disse, bravo. - É um saco que eu sempre precise te ajudar, para que você não se afogue na própria baba. E você não vai a lugar algum, porque você nunca consegue fazer as coisas direito nem acompanhada, imagine só.

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